FLAMENGO NA INTERCONTINENTAL
EUA TROCAM DEMOCRACIA POR LUCRO
"INCIDENTE TERRORISTA DEVASTADOR"
FLAMENGO NA INTERCONTINENTAL
EUA TROCAM DEMOCRACIA POR LUCRO
"INCIDENTE TERRORISTA DEVASTADOR"
Prefeitos de oito capitais brasileiras recebem salários maiores que os dos governadores de seus estados, com diferenças que chegam a R$ 20 mil e valores que podem ultrapassar o teto constitucional de R$ 46.366,19. O maior contraste ocorre em Cuiabá, onde o prefeito Abilio Brunini (PL) recebe R$ 52,9 mil mensais, enquanto o governador Mauro Mendes (União) ganha R$ 32,3 mil. Parte do valor pago ao prefeito é uma verba indenizatória de R$ 18 mil, isenta de Imposto de Renda e fora do teto. A prefeitura afirma que o vencimento básico respeita a Constituição e que a verba adicional é autorizada por lei municipal de 2021. A reforma administrativa em debate no Congresso prevê limitar salários de prefeitos a até 80% dos vencimentos dos governadores, mas apenas em cidades menores, excluindo as capitais. Segundo o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), os salários dos prefeitos das capitais são definidos com autonomia local e já estão sujeitos ao teto constitucional. No Rio, Eduardo Paes (PSD) recebe R$ 35.608, acima dos R$ 21.868 do governador Cláudio Castro. Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) ganha R$ 39 mil, mais que o governador Tarcísio de Freitas, que recebe R$ 36 mil.
Casos semelhantes ocorrem em Recife, Curitiba, Goiânia, Fortaleza e Florianópolis. Algumas prefeituras alegam que os valores foram definidos por leis municipais; outras não se manifestaram. A reforma também propõe limites para gastos de vereadores e número de secretarias, aplicáveis apenas a municípios com desequilíbrio fiscal, excluídas as capitais. Dados do IBGE mostram que Macapá e Boa Vista dependem fortemente da administração pública. Se a reforma valesse para capitais, seus prefeitos teriam salários limitados. A professora Ursula Peres, da USP, defende que a reforma inclua limites para que prefeitos não ganhem mais que governadores e critica o uso apenas do critério populacional, propondo indicadores mais amplos de gestão e capacidade fiscal.
Os Estados Unidos apreenderam, nesta semana, o petroleiro Skipper, que transportava quase 2 milhões de barris de petróleo bruto da Venezuela para Cuba, como parte de uma colaboração entre os dois países. O Skipper fez uma parada antes de seguir para a Ásia, depois de transferir parte do petróleo para o Neptune 6, que seguiu para Cuba. A Venezuela tem fornecido petróleo a Cuba a preços subsidiados há décadas, em troca de médicos, instrutores e seguranças cubanos. Nos últimos anos, grande parte do petróleo destinado a Cuba foi redirecionada para a China, com os lucros sendo usados para obter moeda forte para a Venezuela, embora o destino exato desses recursos seja difícil de rastrear. A apreensão do Skipper pelos EUA é vista por Cuba como um "ato de pirataria", enquanto o governo dos EUA afirmou que o objetivo era enfraquecer Maduro e cortar seu acesso a fundos.
O empresário panamenho Ramón Carretero, envolvido na negociação do petróleo entre os dois países, foi sancionado pelos EUA. Carretero, que intermediou o comércio de petróleo, é uma figura chave nesse fluxo de recursos. A Cubametales, empresa estatal cubana, comprou grande parte do petróleo venezuelano destinado à ilha. No entanto, o petroleiro não entregou a carga em Cuba, sendo desviado para a China após uma parte da carga ser descarregada. A operação do Skipper reflete uma rede flexível entre a Venezuela, Cuba, Irã e Rússia, que compartilham uma relação de comércio de petróleo, evitando sanções internacionais. A Rússia, por exemplo, tem fornecido nafta à Venezuela, essencial para a exportação do petróleo venezuelano. Esse comércio está fortemente ligado à necessidade de manter o fluxo de receitas do petróleo, enquanto enfrenta restrições internacionais.
Democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Representantes divulgaram fotos do espólio do pedófilo e traficante sexual Jeffrey Epstein, morto em 2019 em uma prisão de Nova York. As imagens mostram Epstein ao lado de figuras influentes, como o atual presidente Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton, Richard Branson, Woody Allen e Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca. Entre os registros, há embalagens de preservativos com caricatura de Trump e a frase “I’m huuuuge!”, além de brinquedos sexuais pertencentes a Epstein. As fotos reacenderam questionamentos sobre as relações do magnata com homens poderosos. A brasileira Marina Lacerda, vítima de Epstein, afirmou que a divulgação dos arquivos pode prejudicar Trump e disse que os sobreviventes representam a verdadeira prova do caso. Segundo ela, se o presidente não tivesse envolvimento, não temeria a liberação dos documentos.
Os democratas afirmam que as imagens levantam novas dúvidas sobre a rede de relações de Epstein. A Casa Branca reagiu dizendo que as fotos foram divulgadas de forma seletiva para criar uma “narrativa falsa” contra Trump. O ex-procurador federal Roland Riopelle avaliou que as imagens são embaraçosas para o presidente, embora não suficientes, isoladamente, para desestabilizar o governo. Para ele, revelações sucessivas podem, ao longo do tempo, corroer a confiança pública. Marina Lacerda relatou ter sido abusada por Epstein dos 14 aos 17 anos, descrevendo um ciclo de exploração, violência sexual e coerção, agravado por sua condição de imigrante e vulnerabilidade econômica.
Oito organizações da sociedade civil pediram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o veto à criação da licença-compensatória no Tribunal de Contas da União (TCU), prevista no PL nº 2.829/2025, que reestrutura carreiras do órgão e foi aprovado pelo Congresso no dia 3. Segundo as entidades, o benefício pode elevar a remuneração dos servidores em até 56%, chegando a R$ 58,6 mil até 2029, acima do teto constitucional de R$ 46,3 mil. O artigo 17 do projeto concede dias de folga por acúmulo de funções, passíveis de conversão em pagamento. As organizações alertam que a sanção integral criaria precedente para outros órgãos adotarem o penduricalho, com baixa transparência e alto impacto fiscal. Embora não exista previsão em lei federal, a licença já é paga por diversos órgãos: só o Judiciário desembolsou ao menos R$ 1,2 bilhão em 2024.
O ofício afirma que o benefício aumenta o risco fiscal, engessa o gasto público e não garante melhora de produtividade. As entidades defendem o veto ao artigo 17 para preservar o interesse público, sem comprometer o restante do projeto. Assinam o pedido Transparência Brasil, Fiquem Sabendo, CLP, Movimento Pessoas à Frente, Livres, República.org, Plataforma JUSTA e Transparência Internacional – Brasil.
Istambul se organiza a partir de uma tensão permanente entre herança bizantina e otomana e a dinâmica de uma metrópole moderna dividida entre Europa e Ásia pelo Bósforo. Embora Ancara seja a capital, é em Istambul que o passado imperial se manifesta no cotidiano, entre ruas estreitas, mercados e barcos lotados. Caminhar pela cidade é conviver com a sobreposição de tempos. No bairro histórico de Sultanahmet, símbolos religiosos e arquitetônicos revelam disputas de poder que moldaram a região. A Hagia Sophia sintetiza essa trajetória: construída em 532, reúne mosaicos cristãos e elementos islâmicos após sua conversão em mesquita em 1453. Ao lado, a Mesquita Azul impressiona pelos cerca de 20 mil azulejos e pelos seis minaretes, raros à época. A Mesquita de Solimão, no ponto mais alto da cidade antiga, oferece vista ampla do Chifre de Ouro e reforça o papel social das mesquitas. O Palácio Topkapi, por sua vez, revela a organização política e doméstica do Império Otomano, com pátios sucessivos, tesouros e o Harém, onde a decoração se torna progressivamente mais elaborada.
O Bósforo funciona como eixo de leitura urbana. Em passeios de barco, palácios, fortalezas e pontes conectam visualmente os continentes, especialmente ao entardecer. No segundo dia, o lado comercial ganha destaque: o Grand Bazaar, com mais de 5 mil lojas, e o Bazar das Especiarias mostram que a barganha e o comércio seguem centrais na vida local. Outros pontos marcantes incluem a Torre e a Ponte de Gálata e a Cisterna da Basílica, com suas 336 colunas subterrâneas. Em 48 horas, Istambul revela apenas parte de sua complexidade, mas deixa clara a convivência intensa entre passado e presente em uma das cidades mais multicamadas do mundo.
CORREIO BRAZILINSE - BRASÍLIA/DF
O GLOBO - RIO DE JANEIRO/RJ
FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO/SP
TRIBUNA DA BAHIA - SALVADOR/BA
CORREIO DO POVO - PORTO ALEGRE/RS
DIÁRIO DE NOTÍCIAS - LISBOA/PT
CHINA RESTRINGE VIAGENS AO JAPÃO
A Primeira Turma do STJ absolveu, por unanimidade, o ex-juiz Maurizio Marchetti, afastado do cargo em 2006, em ação baseada na antiga Lei de Improbidade Administrativa. Em 18 de novembro, o colegiado julgou a ação civil pública integralmente improcedente, por entender que a conduta imputada foi enquadrada em norma revogada. O relator, ministro Sérgio Kukina, afirmou que, apesar do reconhecimento de ilicitude dolosa nas instâncias anteriores, os atos deixaram de configurar improbidade com a nova redação da lei. Acompanharam o voto os ministros Gurgel de Faria, Paulo Sérgio Domingues e Benedito Gonçalves.
Marchetti, aposentado voluntariamente em 2018, declarou que buscava preservar sua carreira. Ele havia sido condenado pelo TRF-3 à perda do cargo e à suspensão de direitos políticos por três anos, sob acusações de concessão de privilégios processuais e práticas abusivas. O STJ entendeu que a Lei 14.230/2021 criou um rol taxativo de atos de improbidade, não abrangendo as condutas atribuídas ao ex-juiz, tornando inválida a condenação baseada em norma inexistente.
A apreensão, nesta semana, de um petroleiro com petróleo venezuelano pelos EUA ameaça agravar a crise energética em Cuba, que enfrenta blecautes prolongados, economia fragilizada e uma rede elétrica em colapso. A ilha depende fortemente do petróleo bruto e de derivados da Venezuela, transportados por embarcações pequenas e navios-tanque sancionados. Caso as interceptações se tornem frequentes e acompanhadas de novas sanções, essa cadeia de suprimentos pode ser drasticamente reduzida. Washington já impôs sanções a seis navios ligados à Venezuela e planeja novas apreensões nas próximas semanas. De janeiro a novembro, a Venezuela enviou cerca de 27 mil barris diários a Cuba, volume menor que o do ano anterior, mas ainda essencial para cobrir cerca de 50% do déficit cubano.
Segundo especialistas, sem o petróleo venezuelano —e com a redução das remessas do México e a ausência de grandes volumes russos— Cuba ficaria em situação crítica. A medida dos EUA também tem causado insegurança entre operadores marítimos, que reconsideram viagens a partir da Venezuela. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, classificou a apreensão como “ato de pirataria” e violação do direito internacional. Apesar de anunciar investimentos em energia solar, Cuba admite que continuará dependente do combustível fóssil para manter suas usinas termelétricas em funcionamento.
Quem viaja por longas horas pode se surpreender ao encontrar hotéis autônomos instalados nas estradas brasileiras. Sem recepção ou equipe fixa, tudo funciona de forma totalmente digital, oferecendo hospedagem rápida, acessível e segura para quem precisa descansar antes de seguir viagem. O processo é simples: o motorista acessa o site ou app, escolhe a unidade, paga online e recebe uma senha para abrir o quarto. Basta digitar o código na fechadura eletrônica — sem qualquer contato humano. Eduardo Puscar viveu a experiência: ao ver a placa do hotel, entrou no site, fez o cadastro e pagou R$ 119 pela diária. “Cheguei com a senha, entrei e estava tudo arrumado”, conta. A ideia nasceu da rotina de viagens de Anderson Souza, que sentia falta de locais para dormir sem sair da rota. Ele investiu R$ 700 mil no projeto-piloto e chegou a morar seis meses à beira da estrada para entender a operação. Hoje, lidera uma rede com nove franquias em SP, SC e PR. Apesar de autônomos, os hotéis têm segurança reforçada: ficam em locais com infraestrutura 24 horas, monitoramento e pátio seguro, além de câmeras externas.
A abertura de faculdades de medicina por liminares tem avançado em cidades sem estrutura hospitalar adequada, e especialistas apontam fragilidade nos critérios do MEC, o que ameaça a qualidade da formação. O Brasil vive expansão recorde e já soma 505 escolas, o dobro de dez anos atrás, com 77% das vagas na rede privada. A interiorização cresceu, com 6.500 vagas criadas em municípios com menos de 100 mil habitantes, o que preocupa especialistas pela falta de condições para ensino prático. Segundo César Eduardo Fernandes, da AMB, 40% da formação exige prática, mas muitas escolas foram abertas sem estrutura. Raphael Einsfeld, do São Camilo, afirma que o Conceito de Curso não garante qualidade e que nenhum curso foi fechado após reavaliação. Parte dessa expansão se deve a ações judiciais que permitem abrir escolas fora dos editais da Lei do Mais Médicos. Desde 2013, 52 cursos foram autorizados por decisão judicial, mas levantamento mostra 77 abertos sob judice em menos de dois anos. Há ainda 150 processos em análise. Alguns cursos foram abertos em cidades pequenas sem rede hospitalar proporcional às vagas. Em Ariquemes (RO), duas faculdades foram autorizadas judicialmente em 2025, uma delas com nota 3 e 109 vagas. Teresina (PI) e Sobral (CE) também receberam cursos com nota 3 ou já saturados. Mineiros (GO), com 70 mil habitantes, tem duas escolas somando 320 vagas.
O especialista Henrique Silveira diz que as liminares não alteram regras técnicas, apenas obrigam o MEC a analisar pedidos fora dos editais. A judicialização criou mercado desequilibrado: vagas passaram de R$ 500 mil para até R$ 2,5 milhões. Apesar do aumento da oferta, mensalidades subiram de R$ 8.000 em 2013 para R$ 11 mil em 2025. O grupo Afya lidera o setor, seguido por Yduqs, Ânima e Ser Educacional. Grupos não listados mantêm 37 cursos. Há 164 instituições isoladas, com 19.737 vagas, e 43,5% das vagas privadas já estão em grandes grupos, indicando espaço para novas fusões.