sábado, 28 de junho de 2014

O PITORESCO NO JUDICIÁRIO (III)

         O dr. Laércio Gallate, titular da comarca de Muzambinho, MG, baixou portaria nos seguintes termos:
         “Considerando inexistência de cadeia pública na cidade, pois a então existente foi desativada em 1989, e o prédio se acha em reforma para abrigar novas instalações da Prefeitura Municipal:
         “Fica proibida a prisão em flagrante delito, ressalvada a hipótese de a própria autoridade policial conseguir vaga em cadeia da região para o preso.
         “Os mandados de prisão não cumpridos deverão ser informados ao Juiz da Comarca, dando-se o motivo do não-cumprimento para que sejam divulgados pela imprensa, e a comunidade tome conhecimento para se precaver contra a falta de segurança pública, já que terá de conviver com sentenciados não segregados.
Cumpra-se e intime-se.”

Preso porque tentava furtar um pacote de mercadorias no Supermercado “Alô Brasil”, de Uberlândia. Negou a autoria do crime ao delegado e ao juiz. Disse que não furtou nada.
O juiz, fitando o interrogado disse-lhe:
“Pois bem, homem sem culpas, contrate então um advogado e apresente as suas testemunhas”.
Juca Bala levantou a cabeça e falou ao juiz:
“Estou vendo que o senhor juiz não tem nenhuma experiência em roubo!
Perguntou o juiz o motivo dessa afirmação e Juca respondeu-lhe:
“É que eu nunca levo testemunhas!”

         Apresentada reclamação contra uma empresa e a reclamante é notificada para prestar declarações.
         Informa à juiza a exploração a qual era submetida nos seguintes termos:
         “Foram quase dois anos, Doutora, sem descanso, carregando nas costas a mandioca dele”.

         Prosseguiam os trabalhos de apuração de eleições em pequena cidade; todos cansados, quando pela madrugada, a Comissão apuradora propõe suspensão dos trabalhos para descanso. A maioria preferiu visitar famosa lagoa e ponto turístico do município.
         Esquematizaram como se daria o transporte e a alimentação, na lagoa. O magistrado mantinha sua seriedade, mas o clima estava bastante relaxante. Sem carro dirige-se o Juiz ao Secretário da Junta:
         “Afinal, meu caro Secretário, carro para mim não é problema: você me emprestaria aquele seu carrinho de mão com que trabalha na horta de seu quintal, fora do expediente, e eu iria nele para a lagoa!”
         O Secretário fechou a cara, contraiu os músculos do rosto e respondeu ríspido:
         “Não senhor”.
         Os que ouviram o diálogo, cabisbaixos e mudos ficaram, enquanto o Juiz ficou sem graça com a “gaffe” cometida, sem entretanto perceber o motivo. Constrangido convidou a todos para o encontro.
         Já na lagoa, o Juiz conversava com o Secretário da Junta e com o escrivão eleitoral. Apesar de indagar sobre o motivo do incidente, não conseguiu explicação até que o escrivão falou:
         “Doutor, o senhor pediu por empréstimo a mulher dele; para nós, aqui, carrinho de mão é uma mulher, a esposa da gente!”
        

    "Arquive-se esta execução, porque, o exeqüente foi executado (à bala) pelo devedor." Em execução numa Comarca de Mato Grosso.

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