Com a publicação do poema abaixo, TOADA TRISTE, vinda de um servidor da Comarca de Cotegipe, homenageio a todos os servidores do Judiciário da Bahia, que passam por momentos difíceis.
A boca da noite nos seios de
Vênus,
Sorvendo gotas de paixão.
Feito vinho,
Alimenta madrugadas
sedentas...
Cheios de levezas, anjos
tontos
Tomam conta das horas – frias
senhoras!
Infatigavelmente reticentes,
Vão-se embora apanhar
respostas.
Sim e não se calam! Emudecem
então...
Próximo dos motivos não
cantados,
Há um tempo fora do tempo –
Emprestado por loucos e
poetas.
Está no vazio. Nos olhos do
tuaregue.
No vento que sopra a
tempestade
E espalha versos brancos por
toda parte.
Sem prelúdio, prova-se da
existência –
Por consequência, risco de
vida...
Sazonado
peregrino das lonjuras!
Divagante,
entorpecido, inebriado...
Embalado
por clarins profanos,
Aventura-se por entre ruas de
miosótis –
Nenhuma esquina para se dar
por satisfeito.
Além do campanário, ainda
avistados,
Seus demônios galopam
estrelas cadentes.
Em fuga, rumo ao inferno
astral...
Explicada pela beleza
iconoclasta,
A musa tropeça na
inquietude...
Mãos niilistas pegam-na ao
colo
E entretêm amantes insones.
-
Quanto ainda resta de manhãs?...
Sendo trágico – entre o cais
e o arco-íris,
O intérprete afoga sua
personagem.
Reclama um lugar entre os
deuses!
Lábios
sequiosos brotam sensualidade!...
Num gesto extenso, de
vir-a-ser
Bênçãos aos que buscam
eternidade.
Baco espreguiça o sono
lascivo –
Saboreia o gosto amargo desta
poética.
Como salvação, ecoa um grito
ébrio
Antes da extrema-unção.
Sugere um gole
Às almas esquecidas – célica
louvação!
Marcos
Alberto
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