Inusitado pedido de uma advogada do Rio de Janeiro. Está no site da OAB/RJ.
Exmº. Sr. Dr. juiz da 16ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.
Jocilene Couto Nascimento, advogada do reclamante Valeiro Gomes Pliger da Silva, vem, ante a presença de V. Exª, informar que, de uma forma ou de outra, resolveu renunciar aos poderes doados pelo autor na folha da procuração.
Que a presente renúncia tem motivos justificadores suficientes, trazendo desânimo até a alma; senão, vejamos agora:
1 - A ilustre advogada renunciante é considerada pela maioria a maior advogada de Duque de Caxias (RJ), a mais brilhante, pois sou competente, conheço muito o direito, o errado e o certo.
Minha insatisfação é originária da mudança no nome de 'Justiça do Trabalho'. Antes, chamava-se Junta de Conciliação e Julgamento e agora passou a chamar-se "Vara". Esta nova denominação me trouxe e me traz diariamente imensos e grandes constrangimentos.
2 - Antes, para vir fazer audiências ou acompanhar processos eu entrava na Junta, e agora sou obrigada a dizer "estou entrando na Vara", "fui à Vara", "fiquei esperando sentada na Vara". Não concordo.
Sou mulher, evangélica e não gosto de gracejos. Deixo a "Vara" para quem gosta de vara, funcionários, varejistas, homossexuais, fiquem na vara, permaneçam na vara, trabalhem com vara. Saio desgostosa por não concordar com o termo pornográfico, vara pra lá, vara pra cá...
Em tempo:
Outro dia, estava entrando no prédio da Justiça do Trabalho e o meu celular tocou. Era meu marido. Ele perguntou: onde você está? E olha só o constrangimento da minha resposta:
"Entrando na décima Vara".
Assim, comunico minha renúncia. Já comuniquei verbalmente a meu ex-cliente, tudo na forma da lei.
Assim posto, peço e aguardo deferimento.
São João de Meriti - Rio de Janeiro, 05-05-2002.
Jocilene Couto Nascimento - Advogada / OAB - RJ 83.191
GRAFIA DE PEDIDO QUE COMPLICA
ASSALTANTE PROCESSA VÍTIMA
A palavra pedido, muito comum nos serviços judiciários, com alguma freqüência, é grafada sem o “d” e termina causando constrangimento, porque sai outro termo.
Registra-se no dia a dia dos fóruns, despachos como os abaixos:
“Defiro o peido” ou “Indefiro o peido”, “defiro o peido inaugural”, o “peido de despejo”, “o peido de Reunião Familiar”, “a despeito de peido expresso”, “peido excessivamente genérico visando propiciar uma verdadeira devassa”, “o peido...somente aos comprovadamente necessitados será concedido”, “...demonstração da liquidez do peido”, “a parte não liquidou o valor do peido”, “intime-se a autora a regularizar seu peido”, “Emende-se a inicial no sentido de esclarecer o peido e suas especificações”, “intime-se a Suplicante para...se manifestar sobre o peido de fl”, “improcedente o peido em relação ao médico”, “em caso de expresso peido da parte autora”, “documento essencial para análise deste peido”, “acolho o peido do exeqüente”.
ASSALTANTE PROCESSA VÍTIMA
Em Belo Horizonte, no Fórum Lafayette, na 2ª Vara Criminal, o advogado de um ladrão, José Luiz Oliva Silveira Campos ingressou com queixa-crime, e pretende indenização por danos morais, porque seu cliente, Wanderson Rodrigues de Freitas, 22 anos, sentiu-se injustiçado e humilhado, quando apanhou do dono da padaria que tentava assaltar.
Wanderson foi preso em flagrante depois de render o irmão do dono da padaria, quando anunciou o assalto; conseguiu pegar R$ 45,00. Na fuga é que o dono da padaria, que já foi roubado mais de dez vezes, agarrou o ladrão e rolaram pela escada, quando as pessoas perceberam o que estava acontecendo e passaram a agredir o ladrão, reconhecido como autor de outros assaltos.
A queixa crime foi considerada afronta ao Judiciário, pelo juiz Jayme Silvestre Correa Camargo. Considerou o julgador aberração postulatória querer processar a vítima por lesões corporais contra o ladrão.
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