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terça-feira, 21 de julho de 2015

CORRER

Drauzio Varella, médico, voluntário na Casa de Detenção de São Paulo, escritor e autor do best seller Carandiru, um setentão, recomenda atenção ao corpo e ao espírito, não se descuidando da busca dos sonhos não realizados no passado, enquanto a natureza não bater à sua porta.

Narra no livro "Correr" o significado da maratona na vida do homem e responde ao questionamento acerca da afirmação de um amigo de que aos 50 anos “tem início a decadência do homem”. Encarou a resposta como desafio e decidiu enfrentar as grandes maratonas, principalmente a de Nova York, onde deveria correr 42 quilômetros. Os treinamentos foram intensos e quando completou 50 anos conseguiu alcançar os 24 quilômetros, ainda insuficientes para encarar o circuito que começa na Verrazano Bridge, passa pelos cinco bairros da cidade: Staten Island, Brooklin, Manhattan, Queens e Bronx, terminando no Central Park. 

Drauzio Varella participava de congressos internacionais de médicos e constatou o grande o número de homens e mulheres que corriam pelas ruas das cidades, realidade não verificada em São Paulo e sem a devida atenção da medicina, no final do século passado. Enfatiza ser a atividade física prevenção para as doenças, além de produzir significado bem estar para a pessoa, destruindo o antigo ensinamento de “que os mais velhos deveriam fazer repouso e evitar esforços”. Esclarece que os pesquisadores chegaram à conclusão de que “artrite dos joelhos é mais frequente entre as pessoas menos ativas”.

As maratonas das quais participou, muitas internacionais, depois de treinar pelas ruas do centro de São Paulo, possibilitaram-lhe alcançar a velocidade de quatorze quilômetros em uma hora e mostrou-lhe a expectativa de completar 42 quilômetros em três horas ou menos. 

O crescimentos dos adeptos das maratonas cresceu vertiginosamente e, nos Estados Unidos, subiu de 295 mil em 2001 para 525 mil em 2011. Narra as figuras exóticas que conheceu nesses eventos e informa a diversidade de temperatura e de condições, às vezes gripado, as quais se submetia para correr em treinamentos para as maratonas. Assegura que a visão catastrófica dos que dizem ser a maratona perigo para a vida, não se condiz com a realidade, porquanto a morte de um maratonista constitui exceção. E mais: registra-se mais óbitos de jovens do que de indivíduos com mais de 50 anos em maratonas. “Paradas cardíacas por arritmias ou infarto são mais comuns em corredores com menos de quarenta anos,…”. Enuncia dados técnicos e estatísticos para substanciar suas afirmações. 

A Maratona de Nova York é acompanhada por mais de dois milhões de nova-iorquinos. Descreve sua participação nessa Maratona, no ano de 1993, já com seus cinquenta anos, e diz que cruzou a linha de chegada, 42 quilômetros, quando o relógio marcava 4h01 de prova. Enumera maratonas das quais participou a exemplo de Boston, Tóquio e aproveita para descrever, por exemplo, a organização e honestidade do japonês, além de cuidados necessários para participar de maratonas. 

“Correr”de Drauzio Varella” foi editado pela Companhia das Letras; é um livro para maratonistas e mesmo para quem não “curte” essa atividade, pois contém uma variedade de temas que cativa a atenção do leitor.

Salvador, 21 de julho de 2015.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

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