O Itamaraty perdeu o prestígio que desfrutou no governo de Fernando Henrique, no campo internacional; o desmonte ocorreu no governo da ex-presidente Dilma Rousseff com cortes orçamentários, com negligência na política externa e com o agravamento da crise interna. O silêncio do Itamaraty com a prisão de líderes oposicionistas, na Venezuela, mereceu muitas críticas dos aliados. A Argentina mudou desde a saída de Cristina Fernández Kirchner e isso foi reforçado por Macri, na primeira visita feita ao país, ainda no governo de Rousseff, quando afirmou que iria pressionar o bloco para usar a “cláusula democrática” contra Caracas.
A visita do vice-presidente americano, Mike Pence, à América Latina, não incluiu o Brasil no seu roteiro; passou pela Colômbia, Argentina, Chile e Panamá, em busca de solução para a crise na Venezuela, mas o Brasil foi, propositadamente, esquecido, apesar da hegemonia do país em termos econômicos.
A “ruptura da ordem democrática”, no início deste mês, com a eleição fraudulenta da Assembleia Constituinte, não teve a resposta apropriada do governo brasileiro e a manifestação acerca da destituição do último poder representativo, a Assembléia Nacional, aconteceu dias depois, assim mesmo, através da assinatura da carta coletiva de Lima, na qual os governos não reconhecem a Assembleia Constituinte como representante do povo no Parlamento venezuelano.
O Peru tomou firme posição, quando expulsou o embaixador da Venezuela, em Lima, como protesto contra a eleição da Assembleia Constituinte de Nicolás Maduro.
O governo brasileiro ainda mantém na Venezuela o embaixador Ruy Pereira, apesar de o governo daquele país ter chamado seu chanceler, por ocasião do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff; assim, o Brasil manteve a representação diplomática, na Venezuela, mas, em Brasilia, não há delegação do governo ditatorial de Maduro.
Os países latino-americanos poderiam reprovar o apoio dispensado pela Rússia, com a venda de armas, e pela China, com a manutenção de altíssima dívida do regime sanguinário do governo ditatorial de Nicolás Maduro.
Salvador, 21 de agosto de 2017.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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