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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

PREFEITOS E VEREADORES ELEITOS, ATRÁS DAS GRADES (I)

Publicaremos, em série, as ocorrências de prefeitos e vereadores eleitos, quando estavam presos ou condenados pela prática de crimes, às vezes bárbaros, como o que inicia essa série. 

Em 2004, em Unaí/MG, o fazendeiro Antério Mânica foi eleito prefeito, com 72% dos votos; em 2015, ele foi condenado por envolvimento do caso denominado de “Chacina de Unaí”, ocorrido em 2003, quando foram assassinados três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho. A ação demorou em função de sucessivos recursos apresentados pela defesa do fazendeiro. 

Mânica foi condenado a 100 de prisão e ficou detido apenas 26 dias, porque responde em liberdade. O julgamento pelo júri durou dois dias e Hugo Alves Pimenta, um dos autores dos disparos, que se tornou delator, acusou o fazendeiro de mandante. Foram condenados também um irmão de Mânica, Norberto Mânica e o empresário José Alberto de Castro à prisão de 100 e 96 anos respectivamente. Os acusados de executores do crime Erinaldo Vasconcelos, Rogério Allan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda cumprem pena de 56 a 94 anos de prisão.

O povo elegeu prefeito o mandante da crime, na mesma cidade, onde foi praticado a chacina. Mânica já estava preso, quando se realizou o pleito e deixou a cadeia dois dias depois da eleição. Em 2008, foi reeleito para a prefeitura do mesmo município. O processo ainda tramita e foi pedida anulação do juri.

Por que isso ocorre: o povo eleger um mandante de chacina, envolvendo vários mortos, estes no cumprimento de seu dever, na Receita Federal?

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