Myanmar ou Bimânia é um país, no Sul da Ásia, fronteiriço com a China, Laos, Bangladesh, India e Tailândia. É o 40º maior do mundo com área total de 676,578 km2, superando a extensão da Alemanha e Itália juntas; lá vivem 60 milhões de habitantes, 5% dos quais pertencem à etnia rohingya; é considerado o povo mais perseguido do mundo.
A variedade étnica, em Myanmar, é muito grande, onde convive mais de 135 minorias: karens, shan, theis, mons, palaungs, kachins, indianos, chineses e muitas outras, mas o governo de Myanmar não reconhece a etnia dos rohingyas, que vivem no país há séculos, sem pátria e moram de forma precária no Estado de Rakhine.
Em agosto/2017, militantes rohingyas, que não representam essa minoria, atacaram postos policiais; não tardou muito para o exército birmanês iniciar operação militar, incendiando vilarejos, matando civis e espalhando minas terrestre na fronteira com Bangladesh, para onde fugiam os rohingyas.
Na vila de Tula Toli, no Myanmar, militares desceram de helicópteros, juntaram com a milícia budista, para ordenar aos muçulmanos rohingyas que deixassem suas casas e fossem para a praia. Depois que juntou muita gente, os militares começaram a atirar contra a multidão, esquartejaram muitos com golpes de facão, arrancaram as cabeças, os braços, as pernas e empilharam as partes do corpo dessa gente num canto. Meninas e mulheres foram estupradas, bebês foram arremessados às fogueiras.
Para viver e evitar o genocídio, em torno de 650 mil rohingyas fugiram para Bangladesh, onde vivem em condições miseráveis; a caminhada pelas estradas foi cruel, porque durante cinco dias andaram, pularam cercas de arame farpado, escaparam das minas terrestres, colocadas pelos militares, para dificultar a saída dos rohingyas, usaram barcos de pesqueiros que no caminho afundaram, deixando muitos mortos.
Os muçulmanos rohingyas são tratados como imigrantes ilegais e não recebem a cidadania, são proibidos de casar ou de viajar sem permissão das autoridades e não podem possuir propriedade no país.
A raça e a religião afastam as etnias de Myanmar e as guerras entre os grupos são frequentes; os cristãos e os muçulmanos são perseguidos por budistas, 89%. Recentemente, o papa esteve em visita ao país, mas muito pouco pode fazer para minorar o sofrimento dos rohingyas.
Guarajuba/Camaçari, 31 de dezembro de 2017.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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