Santorini já foi uma das mais perigosas parte do mundo e destruída com afundamento de toda a ilha, seguido de terremotos e de uma grande erupção vulcânica; séculos depois, reergueu-se e tornou-se a mais célebre de todas as ilhas gregas, ocupada por 14 mil habitantes nos cantos de um vulcão, que dorme há séculos, depois de dizimar a presença humana e criar penhascos dos três lados do arquipélago. Visível na televisão, enaltecida pela mágica e pela bela imagem do por do sol, o lugar existe e foi obra do homem, que aproveitou o presente da natureza para construir casinhas, como se fossem um presépio, enfileiradas em vielas estreitas.
As casinhas brancas em Santorini |
Tudo nela é pintado de branco ou azul, cores da bandeira grega, trabalho do homem, originado da natureza; as casas estão como que penduradas nas encostas, prestes a desabar sobre o mar. No emaranhado de construções brancas, há economia de espaço, por inexistência de área para alongar mais os quartos, as salas, as casas, os prédios. As ruas tornam-se verdadeiros labirintos, onde se pode perder, mas fácil de encontrar o destino adiante.
O arquipélago de Santorini compreende as ilhas habitadas de Santorini, de Terásia, além de ilhas desabitadas de Nova Caméni, Velha Caméni, Aspronisi e Cristiana; é a maior ilha de um pequeno arquipélago circular, cuja capital é Fira, localizada no topo de um penhasco.
A ilha, chamada de Tira, também conhecida como a ilha dos apaixonados, está localizada em crateras vulcânicas, tendo o mar Egeu para separá-la de Atenas. O acesso só se dá por avião ou por barcos. Na deformação do terreno, atingido por vulcões, depara-se com morros ou buracos, que foram aproveitados para a construção da cidade. As casas, os hoteis, os pontos comerciais, tudo é construído nos morros ou nos buracos, deixados pelos vulcões, em tempos remotos.
A profundidade das crateras, 400 metros, facilita o ancoradouro para os navios de cruzeiro, em qualquer lugar da baía, mas o porto é Atínias; leva turistas ávidos para descobrir Santorini, mesmo que não vejam o por do sol.
As vilelas estreitas em Santorini |
Sem ser o período de grande frequência de turistas, no mês de fevereiro, eis-nos em Fira, no centro de Santorini; nosso hotel, na lateral de uma viela estreita, à bordo de uma montanha, termina no mar; o acesso comporta escadaria, mais de 80 degraus, para baixo, à beira de uma piscina à céu aberto; está cercado pelo mar e pela arquitetura que soube explorar os limites terrestres da área, com as belas e incomuns construções. Dele vislumbra-se quase todas as casinhas de Tira, avista-se as cúpulas das igrejas, inclusive de uma católica, onde o acesso é também antecedido pela subida a aproximadamente 50 degraus.
Para movimentar-se na pequena e agradável cidade, as alternativas começam por andar, passa pelo aluguel de carro, de quadriciclo, bicicletas ou no lombo dos tradicionais burrinhos. Se a opção for pelas pernas, prepare-se para enfrentar rampas e escadarias; a circulação com bicicletas torna-se difícil, porque toda a cidade é formada por morros, além do sol que é causticante, no verão. No inverno, o frio e o vento são intensos, ao ponto de impedir voos e barcos de se movimentarem. Isso aconteceu na nossa estada, quando ficamos mais um dia em Santorini, com temperatura em torno de 8 graus e ventos bastante fortes.
Preferimos o aluguel de um carro utilizado até o dia da saída, quando simplesmente deixamos, com portas destravadas, no aeroporto para a empresa apanhar mais tarde.
A Grécia possui muitas ilhas e chama a atenção um vilarejo, denominado de Christos, na ilha de Icaria, com 300 habitantes, um terço dos quais tem mais de 90 anos. Para chegar a Christos, torna-se necessária a travessia do mar Egeu, em nove horas no mar. Muitas lojas, em Christos funcionam, sem nenhum funcionário e sem a tecnologia avançada, mas apenas com a confiança que é depositada nos clientes que entram, apanham o que querem e deixam o dinheiro no balcão.
Santorini (Atenas), fevereiro de 2018.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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