sábado, 18 de agosto de 2018

BRASILEIRO GANHA CAUSA NA SUPREMA CORTE

O brasileiro Wescley Pereira chegou nos Estados Unidos em junho/2000, com visto de turista, com validade até dezembro/2000; residia na ilha da Martha’s Vineyard, Massachusetts, com duas filhas americanas e a esposa brasileira; em 2006, Pereira foi preso em Massachusetts, porque dirigia embriagado, originando aí seu processo de deportação; em maio/2006, o brasileiro recebeu a notificação sem data, nem local para audiência; em 2007, o Tribunal remeteu pelo correio nova notificação, comunicando a data e local da audiência, mas o documento voltou porque com endereço errado. 

Mesmo assim o Tribunal ordenou, a revelia, a deportação de Pereira; em 2013, nova irregularidade no trânsito, cometida pelo brasileiro, e nova detenção; a Corte reabriu o processo de deportação, dando oportunidade para Pereira provar que nunca recebeu a notificação, que fixava a data da audiência; entrou com pedido de cancelamento da remoção, alegando que a primeira notificação, expedida em 2006, sem data nem local da audiência, não congelava o tempo passado nos Estados Unidos, em torno de 13 anos e com 10 anos contínuos no país, é possível o pedido de cancelamento de remoção. A Suprema Corte, onde o processo chegou, por 8 votos contra 1 aceitou as ponderações de Pereira que está apto para regularizar sua situação. 

Essa decisão da Suprema Corte abre precedente que beneficiará muitos imigrantes, na mesma condição de Pereira. É considerado o mais importante precedente para os imigrantes conseguirem a cidadania americana. A juíza Sonia Sotomayor assegurou que os avanços tecnológicos dos softwares não permitem aceitar os desencontros entre o Departamento de Segurança Doméstica, responsável pela emissão das notificações, e os tribunais de imigração, que julgam os casos. Os números indicam que há mais de 11 milhões de imigrantes irregulares nos Estados Unidos. 

A matéria foi noticiada por Danielle Brnt Júlia Zaremba, no jornal Folha de São Paulo.

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