A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou na quarta feira, 18/12, o impeachment do presidente Donald Trump, por 230 votos contra 197. No mesmo momento em que os parlamentares discutiam a punição a Trump ele fazia comício, em Michigan, assegurando suas qualificações para continuar no exercício do cargo, mas em nenhum momento defendeu-se das acusações de abuso de poder, por pressionar a Ucrânia para investigar Joe Biden, filho de seu provável adversário nas eleições de 2020 e por obstruir o Congresso, atrapalhando as investigações.
Três ex-presidentes passaram por parte do processo de impeachment, mas nunca aconteceu de submeterem-se e serem condenados na votação da Câmara dos Representantes, porque ou renunciaram, caso de Nixon, em 1974, ou a Câmara votou contra o impeachment, casos de Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998. Trump recusou-se até mesmo a depor no Comitê Judiciário, mas preferiu enviar carta à presidente, deputada Pelosi, protestando de maneira "forte e poderosa contra o impeachment”, que ele considerou uma “cruzada liderada pelos democratas”.
Essas acusações contra Trump não constituem novidades, pois durante esses três anos de governo ele desrespeita as leis americanas para desnaturar o cargo que ocupa. Nas eleições de 2016, Trump serviu-se da mesma artimanha, buscando apoio da Rússia para denegrir a imagem de sua concorrente; a obstrução do Congresso é bastante clara quando o presidente proíbe seus auxiliares de deporem no Congresso Nacional. Mas há o fanatismo político, principalmente dos republicanos de Trump, porque hoje o partido desvestiu de seus princípios para seguir religiosamente a cartilha do “mentiroso” presidente, como afirmam os jornais americanos.
O discurso de Trump é vazio, pois limita-se a acusar, não defender, acusar os democratas de "consumidos pelo ódio" ou de “tentarem anular os votos de dez milhões de patriotas americanos" ou ainda a afirmação de que os democratas "é que deveriam sofrer impeachment, cada um deles”. Trump não investe contra os interrogatórios de diplomatas e até mesmo funcionários do alto escalão de seu governo que ratificaram ao Comitê de Inteligência as irregularidades praticadas pelo presidente.
Trump, entretanto, não deverá deixar o governo nem agora, porque a lei americana só autoriza o afastamento após a decisão do Senado, nem depois, porquanto os senadores republicanos votarão contra qualquer acusação contra Trump, visando preservá-lo para as eleições de 2020. A sessão do senado acontecer em janeiro e será comandada pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts. No total de 100 senadores, 53 pertencem ao partido de Trump e o impeachment exige dois terços, ou seja, 67 senadores, para votarem pela condenação.
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