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domingo, 2 de fevereiro de 2020

SENADORES DISPENSAM TESTEMUNHAS PARA LIVRAR TRUMP

John Bolton, ex-conselheiro de Trump
Os senadores republicanos dos Estados Unidos rejeitaram por 51 a 49 votos a convocação de testemunhas no processo de impeachment do presidente Donald Trump. Estava pronto para depor o ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, mas os senadores impediram seu depoimento, porque sabiam da verdade que incomodaria Trump. Afinal, Bolton participou da tramoia do presidente americano, na Ucrânia. Esse posicionamento da maioria dos senadores significa absolvição para Trump, pois as pessoas que participaram do imbróglio com o presidente não podem falar, porque os senadores não quiseram ouvir. 

O líder republicano, Mitch McConnell deu seu recado de parcialidade no julgamento, quando assegurou que conduziria a bancada em “total coordenação" com o próprio Trump, o acusado. O republicano ainda disse: “não sou um juiz imparcial. Este é um processo politico. Impeachment é uma decisão política". Quis dizer que a Justiça está longe da política e nesta “malandragem" é possível recusar o testemunho de quem participou de toda a artimanha do presidente americano. 

Induvidosamente, Donald Trump chantageou o governo ucraniano, quando submeteu a ajuda militar em troca da obtenção de declarações contra o filho do provável candidato democrata nas eleições de novembro próximo. Aliás, ocorrência semelhante aconteceu nas eleições de 2016, quando Trump envolveu a Rússia nas eleições americanas. 

Diferentemente do que prega o líder republicano o impeachment não é um jogo partidário, pois antes do julgamento os deputados e os senadores prestam juramento constitucional para desvestir de suas cores partidárias e colocar acima de tudo os princípios democráticos do país. Os republicanos assim não procedem e diminuem os valores democráticos dos Estados Unidos. 

Os políticos, os republicados dos Estados Unidos, no caso, tratam o impeachment como se fosse um item partidário em disputa, sem respeitar as implicações constitucionais do instituto. A irresponsabilidade e o acobertamento dos distúrbios praticados pelo arrogante presidente dos Estados Unidos mostram que o julgamento transformou-se num comício partidário. 

Na próxima quarta feira, 5 de fevereiro, o circo será desmontado no Senado Federal dos Estados Unidos e o golpe é certeiro na democracia que o país soube cultivar, mas que agora demonstra distanciamento. 

Salvador, 01 de fevereiro de 2020. 

Antonio Pessoa Cardoso 
Pessoa Cardoso Advogados.

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