domingo, 22 de março de 2020

CANIÇO PENSANTE E O CORONAVÍRUS

Resultado de imagem para fotos gratuitas e microscopicas do coronavirusO mundo atravessa um período sem precedentes na história e nenhum estrategista ou cientista soube prever ou avaliar os significativos estragos provocados por um microorganismo: "a Terra parou", não porque as pessoas resolveram parar ou por combinação, como diz o célebre compositor, Raul Seixas; parou compulsoriamente, porque um ser pequeno, invisível ao olho humano, invade as cidades e penetra no corpo do homem para acabar-lhe a vida, sem uso de violência ou das armas poderosas das grandes nações; o planeta inteiro parou, porque as autoridades sanitárias recomendam para as pessoas ficarem em casa, em completo confinamento.

O transporte mais sofisticado já não transporta o homem; o turismo foi bloqueado, porque os pontos turísticos estão interditados; o comércio suspendeu suas atividades nos shoppings e nas ruas; o restaurante está fechado; o camelô, pelas avenidas da cidade, não tem a quem vender seus produtos; o Judiciário cerrou as portas dos fóruns; os magistrados discutem a conveniência de soltar os presos e esvaziar as cadeias; foram suspensos os casamentos; os hotéis não recebem hóspedes; os padres não celebram missas e os cultos estão proibidos; as escolas foram interditadas; nas arenas de futebol não se pratica o esporte predileto do brasileiro; os artistas cancelaram os shows; a polícia impede a frequência às praias, porque a recomendação dos médicos é que todos fiquem em suas casas.

Os hospitais já não têm leitos para os pacientes da peste que assola o mundo, e, os doentes com outras moléstias, encontram dificuldades para serem internados; os supermercados e as farmácias abrem para que se possa comprar o que comer e para adquirir medicamentos. O homem mais poderoso do mundo entrega os pontos e diz que o coronavírus causará a morte de milhares de americanos além da recessão econômica nos Estados Unidos e nos mercados de todos os países.

O coronavírus, o covid-19, que pode apresentar-se através de uma simples gripe, passa pelas cidades feito uma avalanche e deixa a destruição em massa de vidas humanas; os médicos já não encontram meios para enfrentar o inimigo poderoso que ninguém vê, nem pega e não sabe sua origem nem por quanto tempo vai permanecer rodando as praças e dizimando vidas. Não há armas, não tem munição, nem fogo e muito menos inundações; visualiza-se, constata-se o resultado porque as filas nos cemitérios mostram o desastre.

E a vacina que curou outras pestes demora para chegar e quando aportar nos hospitais talvez não seja mais utilizada porque a rapidez meteórica do vírus não permite saber se foi embora em definitivo ou se retornará. Os infectologistas pedem tempo, mas a aflição, o desânimo toma conta do homem, em suas casas, ouvindo rádios e programas de TV, que incutem medo.

Cai-se na realidade para acreditar na expressão do filósofo, matemático, inventor, teólogo católico francês, Blaise Pascal, que viveu no século XVII:

“o homem é apenas um caniço, o mais fraco da natureza; mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água, são suficientes para matá-lo."

Salvador, 20 de março de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

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