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quinta-feira, 26 de março de 2020

PRESIDENTE CENSURA ISOLAMENTO

O presidente Jair Bolsonaro, usando uma cadeia de TV, na terça feira, pediu o isolamento somente para idosos e pessoas com doenças. Afirmou que "é preciso colocar as pessoas para trabalhar e preservar os idosos e doentes durante a pandemia". Reclamou pela abertura do comércio. Ontem, o presidente disse que vai pedir ao Ministro da Saúde mudança na orientação de isolamento da população.

O presidente assegurou que as medidas postas em prática pode colocar em risco a "normalidade democrática". Acontece que o isolamento é recomendação da Organização Mundial da Saúde e os governadores e até prefeitos já determinaram a quarentena, com apoio até de um ministro do STF, Marco Aurélio, que autorizou os governantes a tomar essas medidas. Bolsonaro ainda buscou o posicionamento do presidente Donald Trump para reforçar sua orientação. 

A crítica ao presidente veio de todos os lados; os políticos e até os médicos e os infectologistas, que através de Nota, censurou a fala de Bolsonaro, mencionando a “histeria” com as radicais providências tomadas pelos governadores. O presidente manifestou-se contrário ao fechamento das escolas e tratou a doença como “um resfriadinho".

O governador de Goiás, amigo do presidente, não vê sentido na orientação presidencial e sua fala “não atravessará as fronteiras de Goiás". Até o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, classificou a luta contra o coronavírus como “a missão mais importante de nossa geração".

O ministro da Saúde socorreu o presidente ao afirmar que houve precipitação nas quarentenas decretadas nos estados e disse da necessidade de tais providências serem tomadas sob coordenação do Ministério. Declarou o Ministro: “A gente tem que melhorar esse negócio de quarentena, ficou muito desarrumado, não ficou bom. Foi precipitado, foi cedo. Foi uma sensação de entrarmos e agora como é que saímos. Então as pessoas têm que saber se vamos fazer um sacrifício de uma semana agora, vamos. Se daqui a duas ou três semanas chegarmos nesse patamar, talvez que tenhamos que parar por mais tanto. E assim a gente vai junto, de dançar essa sanfona, de parar um pouquinho, pode andar".

Na verdade, há exageros de parte a parte; uns porque exigem muito sacrifício do povo e do país, outro porque não trata a doença como algo a merecer o empenho singular das autoridades.

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