O Procurador-geral da República pediu ao STF investigação, após as declarações do ex-ministro Sergio Moro, que acusou o Presidente de interferência na Polícia Federal para obter acesso às informações sigilosas. No inquérito a ser aberto, procura-se saber se foram cometidos crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.
O Procurador diz que tanto Bolsonaro quanto Moro serão alvos do inquérito. Quer-se saber, por exemplo, se o ex-ministro mentiu e aí incorrerá no crime de denunciação caluniosa e crime contra a honra. Diz o Procurador: “A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de Ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao presidente da República, o que, outra sorte, poderia caracteriza igualmente o crime de denunciação caluniosa. Moro está substanciado em documentos para fazer as afirmações na manhã de ontem.
Procuradores cobraram do Procurador providências para frear os excessos cometidos pelo Palácio do Planalto. Subprocuradores e procuradores asseguram que, de conformidade com as declarações de Moro, o presidente poderia ter cometido sete crimes. Moro assegurou que “o presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm de ser preservadas. Imagina se na Lava Jato, um ministro ou então a presidente Dilma ou o ex-presidente (Lula) ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações".
O ex-ministro Sergio Moro tem provas documentais de suas afirmações no sentido de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da Polícia Federal; as provas consistem em vários whatsapp, meio de comunicação do Presidente com seus subordinados. A notícia é dos jornalistas Andreza Matais e Fausto Macedo do Estado de São Paulo. Nem a equipe de Moro sabia da tentativa de Bolsonaro em interferir na Polícia Federal. Uma das irregularidades cometidas pelo Presidente está no Diário Oficial da União, onde consta a assinatura de Moro para a demissão do diretor-geral; o ex-juiz assegura que não assinou e só tomou conhecimento da demissão, através da publicação.
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