domingo, 19 de abril de 2020

O METEÓRITO: CORONAVÍRUS

A pandemia do coronavírus apareceu para dizimar com muitas vidas, mas talvez corrija algumas noções adotadas pelo mundo nos últimos tempos. A globalização traz, evidentemente, benefícios, mas contribui também com malefícios. A pregação dos derrotistas consegue ultrapassar fronteiras e o baque é sofrido por todo o mundo. A doença, diferentemente de tantas outras, tem reduzida letalidade, mas a inflamação direcionada para combater o coronavírus tem sido exagerada.

Vejamos algumas doenças que amedrontaram o mundo, mas não tanto quanto o coronavírus: a peste negra, que acabou com a vida de 50 milhões de pessoas na Europa e na Ásia, entre os anos de 1333 e 1351; sem tratamento, matou em torno de 60% dos casos. A tuberculose, originada há milhares de anos atrás, dizimou com a vida de 1 bilhão de pessoas, entre os anos de 1850/1950; a varíola, entre os anos de 1896/1980, matou 300 milhões de pessoas; a gripe espanhola matou um presidente e morreram 50 milhões de pessoas em todo o mundo; o H1N1, aparecido em 2009, contagiou 760 milhões de pessoas em todo o mundo e matou em torno de 300 mil; no Brasil, só em 2019, morreram 780 pessoas pelo H1N1. Ainda por aqui, em 2019, morreram 300 mil pessoas por doenças do coração; a pneumonia matou quase 60 mil pessoas, das quais a grande maioria constituída de idosos. Nem se fala sobre as mortes pela violência, em torno de 60 mil pessoas, por ano, ou as mortes no trânsito de aproximadamente 50 mil pessoas.

Diante de todos esses quadros estatísticos, nenhum médico, nenhuma associação ou organização de saúde conseguiu isolar a população e fechar o comércio de maneira geral e indiscriminada, como se procede na atualidade. Não apareceram pitonisas para prever a hecatombe que anunciam com a chegada do coronavírus. A imprensa em geral, feliz ou infelizmente, tem sido o grande aliado dos que pregam o fim do mundo e manda todos aboletarem em suas casas e fechar todas as atividades das quais se servem para viver. 

Com o coronavírus apareceram profetas de toda ordem: um ministro do STF, sem nada entender da pandemia, afirmou que “os próximos seis meses serão muito duros. O Brasil vai parar. É irreversível"; outros, na área política, para dizer que se o isolamento geral e o fechamento do comércio evitar a morte de uma pessoa já justificaria a drástica providência; um terceiro, também político, afirmou que não adianta abrir comércio se não tiver cliente vivo; um outro, em tom professoral, assegurou: “não se pode colocar a economia acima das vidas” ou ainda o coronavírus tornou-se “o pior problema de saúde pública do Brasil nos últimos 30 anos".

Todas essas manifestações são de retórica e, não se sabe qual o motivo, mas de tão repetidas, terminam por amedrontar a população. Quem é louco para apregoar que a economia está acima da vida? Como abrir comércio para mortos? Quanta demagogia na tirada política de que o fechamento de tudo vale para salvar uma vida! Com qual estudo, um membro da cúpula do Judiciário, pode afirmar que “os próximos seis meses serão muitos duros" e que "é irreversível." E, por último, não é verdade, como se vê acima, que a saúde pública tem seu pior momento nesses 30 anos. 

E para terminar, vejam a professia dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos: no país haverá infecção de 49% a 65% da população, ou seja, algo em torno de 190 milhões de pessoas, considerando a população de 320 milhões. Na hipótese mais apocalíptica asseguram os técnicos a morte de 1.7 milhão de americanos. Até meados de abril morreram quase 40 mil pessoas; portanto, nas afirmações dos céticos ainda deverão morrer 1.6. milhão!

Salvador, 18 de abril de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso advogados.

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