O presidente Jair Bolsonaro acusou, ontem, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de "covarde”, porque "ignorou decretos meus e ignorou lei para dificultar a posse e porte da arma de fogo para as pessoas de bem”; na reunião do dia 22/04, o presidente pressionou seu ministro a assinar portaria para ampliar o limite de compra de munições, além de ter defendido a necessidade de armar a população; Bolsonaro tem feito declarações no sentido de "armar a população para impedir uma ditadura no País". Disse o presidente: “Eu quero todo mundo armado! Que o povo armado jamais será escravizado".
O presidente ainda se queixa, alegando “falta de alinhamento do ex-juiz da Lava Jato com seu governo". Moro deixou o governo de Bolsonaro, depois de ser pressionado a aceitar ingerência indevida na Polícia Federal. No STF tramita um inquérito para apurar as acusações do ex-ministro da Justiça.
Outra acusação de Bolsonaro contra Moro serve para censurá-lo, porque quis baixar portaria para estipular multa para quem não obedecesse as medidas sanitárias de não sair à rua, de conformidade com decretos de governadores e prefeitos. O presidente vetou essa pretensão de Moro.
Em Nota, o ex-ministro diz que o isolamento continua sendo a medida mais eficaz para o combate à pandemia e censurou a fala do presidente, classificando-a como “ofensas e bravatas” do governo. Assegurou que a revogação de normas sobre o controle de armas e munições implicaria no risco de “desvio do armamento destinado à proteção do cidadão comum para beneficiar criminosos".
Não se sabe quem vai comandar essa alegada ditadura, dita pelo presidente, pois tanto o Congresso Nacional quanto o Judiciário temem exatamente um golpe originado exatamente do presidente Bolsonaro, conforme sua pregação, de seu filho Eduardo e do Secretário Institucional, general Augusto Heleno. Interessante que essa mensagem de Bolsonaro, "Que o povo armado jamais será escravizado", era bandeira de luta dos estudantes na década de 60 contra o golpe que aconteceu em 1964.
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