Já no Brasil, foi eleito, em 2018, o atual presidente, não por suas qualidades, mas, fundamentalmente, porque o país corria o perigo de ter um sucessor indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção em vários processos. Jair Bolsonaro tornou-se o vitorioso, e sabe-se que o mais influente "cabo eleitoral" foram as redes sociais, descobertas por seus filhos e alguns apoiadores que embrenharam por este caminho e conseguiram enganar, usando em muitos momentos da mentira e da denominada fake news para cooptar votos. Sem nenhum debate, sem nenhum programa para governar, com poucos comícios, sem apoios significativos das siglas e pertencente a um desconhecido partido tornou-se Presidente. Naquela oportunidade, o brasileiro tinha motivação para escolher um desconhecido para a presidência, pois a alternativa era permanecer sob o comando de um presidiário com a candidatura de Fernando Haddad ou de um desconhecido; eram 13 candidatos, mas a disputa era e terminou entre esses dois. Também entre nós, o atual presidente é imprevisível e sua mais recente presepada aconteceu com a proibição de o Brasil comprar vacina chinesa contra a Covid-19.
O presidente brasileiro optou por seguir o exemplo de Trump e enveredou por vias tortuosas e inadequadas; tanto um quanto o outro serviram das redes sociais para desembarcar na Casa Branca e no Planalto. Trump é despreparado para o cargo e chega a ser tratado de "louco", mesmo título dispensado ao presidente do Brasil. A semelhança maior situa-se na conduta adotada por um e outro no combate ao Covid-19. Trump queria abertura das atividades comercias, antes de obter segurança, mesmo procedimento de Bolsonaro; Trump não usa máscara e até trata com ironia a quem se serve desta proteção; assim também é a atuação do presidente brasileiro; Trump, sem conhecimento médico algum e sem orientação médica, receita medicamento para tratar da doença, enquanto o gestor nacional não se limita a receitar, mas vai à mídia falada e escrita fazer propaganda do remédio de sua preferência; Trump opõe-se ao trabalho da OMC e Bolsonaro também insurge-se contra as orientações do órgão; tanto um quanto o outro testaram positivo para o Covid-19 e terminaram levando seus países para registrar os maiores números de óbitos e de infectados em todo o mundo: Estados Unidos mais de 220 óbitos e 8.3 milhões de casos; Brasil mais de 156.9 mortes e 5.3 milhões de casos.
Salvador, 24 de outubro de 2020.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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