domingo, 25 de outubro de 2020

A COVID-19, ESTADOS UNIDOS E O BRASIL!

O brasileiro aprendeu a admirar tudo o que se pratica nos Estados Unidos; talvez, essa idolatria tinha maior aceitação em tempos passados, porque, ultimamente, não temos motivos para reverenciar algumas  práticas do gestor do país mais poderoso do mundo. Depois de quatro anos, ninguém pode questionar sobre o péssimo governo do empresário Donald Trump no comando da nação. Ele é acusado de sonegador de impostos, de mentiroso, de prepotente, despreparado, desinformado e até de "louco". Um dos livros de um grande jornalista americano assegura que Trump nada lê e toma decisões de conformidade com "sua intuição". Além de Trump, veja a incredulidade a qual chegou o Senado Federal, quando não movimentou o processo de um candidato à Suprema Corte, indicado pelo presidente Barak Obama, sob fundamento de que era ano eleitoral; a indicação deu-se em março/2016 e a eleição aconteceu em novembro do mesmo ano. Todavia, neste ano de 2020, o presidente Donald Trump indica uma candidata à Suprema Corte, no mês passado, em outubro, e o mesmo Senado Federal não respeita sua motivação para proceder da mesma forma, considerando principalmente o fato de que o pleito acontecerá em novembro/2020, apenas um mês de separação.       

Já no Brasil, foi eleito, em 2018, o atual presidente, não por suas qualidades, mas, fundamentalmente, porque o país corria o perigo de ter um sucessor indicado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção em vários processos. Jair Bolsonaro tornou-se o vitorioso, e sabe-se que o mais influente "cabo eleitoral" foram as redes sociais, descobertas por seus filhos e alguns apoiadores que embrenharam por este caminho e conseguiram enganar, usando em muitos momentos da mentira e da denominada fake news para cooptar votos. Sem nenhum debate, sem nenhum programa para governar, com poucos comícios, sem apoios significativos das siglas e pertencente a um desconhecido partido tornou-se Presidente. Naquela oportunidade, o brasileiro tinha motivação para escolher um desconhecido para a presidência, pois a alternativa era permanecer sob o comando de um presidiário com a candidatura de Fernando Haddad ou de um desconhecido; eram 13 candidatos, mas a disputa era e terminou entre esses dois. Também entre nós, o atual presidente é imprevisível e sua mais recente presepada aconteceu com a proibição de o Brasil comprar vacina chinesa contra a Covid-19.   

O presidente brasileiro optou por seguir o exemplo de Trump e enveredou por vias tortuosas e inadequadas; tanto um quanto o outro serviram das redes sociais para desembarcar na Casa Branca e no Planalto. Trump é despreparado para o cargo e chega a ser tratado de "louco", mesmo título dispensado ao presidente do Brasil. A semelhança maior situa-se na conduta adotada por um e outro no combate ao Covid-19. Trump queria abertura das atividades comercias, antes de obter segurança, mesmo procedimento de Bolsonaro; Trump não usa máscara e até trata com ironia a quem se serve desta proteção; assim também é a atuação do presidente brasileiro; Trump, sem conhecimento médico algum e sem orientação médica, receita medicamento para tratar da doença, enquanto o gestor nacional não se limita a receitar, mas vai à mídia falada e escrita fazer propaganda do remédio de sua preferência; Trump opõe-se ao trabalho da OMC e Bolsonaro também insurge-se contra as orientações do órgão; tanto um quanto o outro testaram positivo para o Covid-19 e terminaram levando seus países para registrar os maiores números de óbitos e de infectados em todo o mundo: Estados Unidos mais de 220 óbitos e 8.3 milhões de casos; Brasil mais de 156.9 mortes e 5.3 milhões de casos.

Salvador, 24 de outubro de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso

Pessoa Cardoso Advogados.     

 



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