Nos Estados Unidos, apesar do atraso, no sistema de votação e de apuração, a conduta do presidente Donald Trump chega a ser hilariante em suas manifestações no Twitter acerca de "roubo" dos resultados do pleito. Bem verdade que, na maior potência do mundo, as eleições ainda se processam por via de cédulas de papel, pelo menos na maioria dos estados. Todavia, somente isto não se mostra suficiente para alegar roubo e fraude. O problema não reside em desvio dos resultados das eleições americanas, mas na certeza do empresário Trump de que iria permanecer, no mínimo, por mais quatro anos no comando do país. Afinal, sua situação estava muito tranquila para mudanças de afogadilho, principalmente, porque sua saída da Casa Branca implicará em muitos processos e investigações sobre sua vida nas suas empresas, seja por sonegação fiscal, seja por fraude na sua atividade comercial, seja também por várias investigações que se processam sobre sua vida, nada confortável.
No Brasil, o quadro é semelhante com algumas alterações no comportamento do presidente. A movimentação, principalmente do filho do presidente, Carlos, nas redes sociais, proporcionaram-lhe a vitória; aliás, o próprio presidente já confessou que seu filho ajudou bastante no resultado do pleito de 2018 e muito lhe deve por ser hoje o chefe da nação. Mas as manifestações de Bolsonaro são confusas e originadas de pessoa que não tem o menor senso de coerência: em viagem, na China, no primeiro ano do seu mandato, alegou que não venceu no primeiro turno, porque houve fraude nas eleições de 2018; agora, diante da agachapante derrota que sofreu, através de seus candidatos, inventa por si e por seus apoiadores fraude e começa a pregar mudanças no mais moderno sistema eleitoral do mundo. Incrível, mas querem a volta da cédula de papel; dentro do terreno dos absurdos, pregam a desnecessidade de vacinação de todas as pessoas, sem avaliar que o cidadão que não vacina põe em risco a vida dele e de quem vacinou. Não demora muito tempo para Bolsonaro e seus apoiadores defender o retorno dos carros puxados a animal, porque mais seguros e evitam acidentes.
Salvador, 24 de novembro de 2020
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