Na verdade, o partido, manobrado pelo chefe da Universal, saiu das urnas vitorioso, porque entre as 10 siglas com maior número de prefeituras; cresceu de pouco mais de 100 para 211 prefeitos. Macedo não pretende "jogar a toalha", pois planeja fazer o partido expandir, com, por exemplo o aumento de deputados federais e a candidatura do vice-presidente da República ao senado, visando a obtenção de boa parcela do fundo partidário. É o anseio dos políticos, considerando os valores que recebem e que dão a destinação que entenderem apropriada. O presidente já mandou dois filhos filiarem ao partido, o senador Flávio e o vereador Carlos Bolsonaro, militam na sigla. Todavia, este fato não significa que o presidente vai filiar-se ao Republicanos, pois não custa nada registrar em outro grande partido e trazer os filhos para acompanhá-lo. Apesar de reeleito, o vereador sentiu o peso da significativa diminuição de votos, em relação ao pleito de quatro anos atrás: Carlos elegeu-se, em 2016, com 106 mil votos, mas, na eleição de novembro último, conquistou apenas 70 mil eleitores.
A Igreja Universal possui milhares de seguidores e este povo, a despeito de seguir os ensinamos do bispo Macedo, é facilmente direcionado para eleger este ou aquele político. Entretanto, a censura reside no fato de servir-se da fé para angariar dinheiro e posições políticas. Macedo não contava com o questionamento ao seu poder na África, onde ele instalou 23 igrejas; houve depredação de alguns templos e revolta popular em São Tomé e Príncipe após prisão de um pastor que denunciou abusos da igreja contra africanos. Fato semelhante aconteceu em Angola, sob acusação de que pastores da igreja cometiam fraude fiscal e outros crimes; a Procuradoria-geral da República de Angola mandou fechar alguns templos da Igreja no país e instaurou processo para apurar os delitos. O presidente Jair Bolsonaro, atendendo a pedido de Macedo de quem é amigo, pediu ao líder angolano, João Lourenço, sua interferência para solucionar o entrevero entre pastores pro e contra Macedo, mas o governante respondeu que o assunto estava tendo "tratamento adequado" pela Justiça. Esta não foi a reação esperada e o desentendimento está judicializado, com algumas igrejas fechadas, na África, e a fé, o dinheiro e o poder diminuindo.
Salvador, 17 de dezembro de 2020.
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