sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

SÃO FATOS INUSITADOS NA PRESIDÊNCIA!

Depois das aparições do presidente junto aos seus apoiadores, pregando atos antidemocráticos, em Brasília, após as reuniões com ministros, em uma das quais, um deles tratou de "vagabundos" os ministros do STF, continuam a aparecer fatos inusitados, originados do governo. Não se pode esconder que a morte de quase 200 mil pessoas, pela pandemia, deve ser atribuída, em boa parte à omissão, descuido e até incentivo à desobediência às regras pelo presidente: porque não se preocupou, pelo menos em manter no Ministério da Saúde, um técnico durante o período da pandemia, mas pelo contrário fez três mudanças; porque, ocupando a posição de médicos, passou a receitar e fazer propaganda de remédios para curar a Covid-19; porque não obedeceu o distanciamento e as aglomerações, pelo contrário provocou, em muitos momentos, os ajuntamentos; porque não usava máscara em suas aparições públicas e assim prossegue, além de sucessivas infrações às normas sanitárias; e o pior de tudo porque faz publicidade contra a vacinação, metendo medo no povo, assegurando que ele próprio não vai ser vacinado; porque faz ironia de vacinas, a exemplo da Pfizer, com a declaração: "nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema de você". A explicação de que está imune apareceu depois do prejuízo, e, mesmo assim, nunca devia publicar sua intenção de não vacinar, pois muitas pessoas seguem suas orientações. Ademais, desde as providências de fechamento do comércio, das escolas e igrejas o presidente chegou a baixar Medida Provisória para possibilitar suas aberturas, sob fundamento de que a doença é uma "gripezinha"; felizmente, o ato foi revogado.   

Depois deste desastre no setor de saúde, depois dos depósitos sem explicação de Fabrício Queiroz na conta da primeira dama, depois da "rachadinha", prática criminosa de dois filhos, em apuração na Polícia Federal ou na Justiça, surge este escândalo que até o Procurador-geral da República, aliado do presidente, classifica de "sério": trata-se dos relatórios clandestinos enviados pelo diretor-geral da ABIN, Alexandre Ramagem, para orientar o senador Flávio Bolsonaro em sua defesa nos processos aos quais responde. Se este policial fosse dirigir a Polícia Federal como queria Bolsonaro, certamente, estaria aprontando maiores problemas na atividade da celebrada e respeitada Polícia Federal. Já se pode perceber o motivo pelo qual o senador queria sair do Brasil para ocupar o importante posto de embaixador nos Estados Unidos. Seria o meio para evitar ou ao menos postergar a tramitação dos processos judiciais. Aliás, o ex-ministro da Educação do governo, o confuso Abraham Weintraub, já está encostado no importante posto de diretor-executivo do conselho do Banco Mundial, por mais dois anos; deixou o país sob ameaça de prisão. 

O outro filho, o 02, vereador Carlos Bolsonaro, acomodou-se depois que a Polícia Federal passou a investigar a rachadinha na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Ademais, o vereador ficou decepcionado com a pequena votação obtida, na sua reeleição. Lembram-se que Carlos aprontava uma série de problemas para o próprio pai e agora não se fala mais em Carlos. Fabrício Queiroz, homem de confiança da família Bolsonaro, continua em prisão domiciliar com sua esposa, e o presidente passou a explicar sobre os depósitos na conta de sua esposa: era dinheiro para ele, presidente. É de se indagar por que depois de meses da descoberta dos R$ 89 mil, somente agora Bolsonaro dá explicação que não convence a ninguém sobre os depósitos?       

Salvador, 18 de dezembro de 2020.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.



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