Ministro Gilmar Mendes |
O ministro sempre tratou com grosserias seus colegas da Corte, magistrados e membros do Ministério Público. Aliás, um juiz de Curitiba conseguiu condenação em danos morais, exatamente pelas rispidez do ministro. Em outros momentos, Gilmar censurou decisões de seus colegas e agora acaba de diminuir manifestação do presidente da Corte, ao afirmar que a decisão de Luiz Fux sobre a liminar suspendendo o juiz de garantias por um ano foi ilegal. Propalou a assertiva sem papas na língua: "Uma liminar ilegal" e mais: disse que a liminar tornou-se em "escândalo"; levantou a hipótese de que Fux assim procedeu, sustentado na ideia da "soberania do lavajatismo". Mendes, logo ele, disse que cabia a Fux levar a Ação Direta de Inconstitucionalidade para o Plenário. Essas declarações aconteceram em debate público com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Mendes omitiu que seu fiel companheiro, ministro Dias Toffoli, em janeiro/2020, foi o primeiro a suspender a implantação do juiz das garantias. Aliás, em Habeas Corpus, em informação ao ministro Alexandre de Morais, o presidente esclareceu que remarcaria as audiências, inclusive a do juiz de garantias, para o primeiro semestre de 2020, mas a pandemia não permitiu.
No mesmo encontro com o presidente da Câmara, o ministro Gilmar Mendes direcionou sua verborragia para os procuradores, quando assegurou que a atuação dos procuradores de Curitiba e do ex-juiz Sergio Moro são comparáveis ao Ato Institucional nº 5, AI-5. O ministro não preza pela elegância, mas trabalha sempre acompanhado da grosseria e do ódio. Não se pode tratar o AI-5, produzido pela ditadura militar contra a liberdade dos brasileiros, com o trabalho dos procuradores e do ex-juiz, mas o instinto de agressividade contra quem não professa seu credo permite essa digressão violenta. Mendes se empolga, porque conquistou os advogados dos corruptos, para atacar também o juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas. Aliás, sua luta agora é acabar com a Lava Jato do Rio, já que conseguiu destruir a Lava Jato de Curitiba.
O ministro Gilmar Mendes pensa que é o dono da verdade; mas o pior é que ninguém aparece para segurar seus arroubos inconvenientes; nem seu colegas, apesar de agredidos e muito menos os senadores da República que não apreciam os inúmeros pedidos de impeachment que tramitam no Senado.
Salvador, 18 de março de 2021.
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