Em reportagem seriada, o jornal Folha de São Paulo discorre sobre os advogados frente à tecnologia. Analisa o uso das videoconferências em audiências, face à pandemia e assegura que os advogados encontraram nova forma de trabalhar. Exibe depoimentos de advogados que já experimentaram a teleaudiência de cliente em presídio e que promoveu mais de 80% de seus atendimentos pela internet. O Datafolha, na pesquisa, descobriu que 68% dos advogados do Brasil aprovam a teleaudiências; 80% já participou de sessão desse tipo; o percentual de 82% defendem a ampliação deste sistema, mesmo depois da pandemia. Consideram a teleaudiência regular 22% e 10% a tem como meio ruim ou péssimo. O levantamento constatou que a confiança dos advogados nos processos eletrônicos nos tribunais é muito grande: 63% depositam muita confiança; 30% confiam um pouco, enquanto 4% não confiam. A queixa reside nos problemas técnicos que aparecem, com alguma frequência no Tribunal de Minas Gerais, ao menos uma vez por mês.
A pesquisa informa que 45% dos advogados usam algum software de gestão de processos, mas a inteligência artificial conta com somente 29%; um quarto dos entrevistados usam a jurimetria, aplicação de modelos estatísticos para análise de processos. Um advogado declarou que a ferramenta de jurimetria presta-se bastante para avaliar os processos com chances de vitória e qual o momento mais adequado para a proposição de acordo. Uma banca de advogados usa um software de gestão para premiar os integrantes do escritório, através de gráficos que mostram a pontuação de cada um no dia, apesar de muitos advogados ainda usarem planilha do excel com esse objetivo. A reclamação reside no fato de que os produtos são direcionados mais para os grandes escritórios.
A necessidade de contato pessoal nos atos processuais é defendida por 52%, enquanto 47% discordam. Os programas de gestão de processos são fundamentais para gerenciar os feitos em andamento, mas servem também para planejamento estratégico e organização financeira do escritório, segundo explanou uma advogada de uma comissão de Gestão da OAB Nacional.
Outra mudança deu-se até nos contatos com o juiz que está acontecendo por videoconferência ou até pelos aplicativos; um advogado de São Carlos/SP contou que um juiz da Justiça Federal do Rio de Janeiro orientou-lhe a pedir liberação de veículo através de gravação em vídeo ou áudio pelo WhatsApp; pois, deu certo, porque dois dias depois a liminar pedida foi deferida.
A pesquisa do Datafolha foi realizada por telefone entre os dias 26 de fevereiro e 8 de março e foram ouvidos 303 advogados.
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