A Polícia Federal constatou o desvio de mais de R$ 74 milhões, através de contratos fraudulentos, originados da Assembleia Legislativa, onde trabalhava a esposa de Teixeira Chaves, advogada Marilda Leiras Teixeira, para pagamentos de serviços e compras ou obras superfaturadas. O presidente do Judiciário era acusado de influenciar colegas para assinar decisões favoráveis ao presidente da Assembleia, Carlão de Oliveira, acusado de corrupção e formação de quadrilha, além de outros crimes. Relatório da Polícia Federal comprova que Teixeira Chaves tentou desbloquear bens do deputado e suspendeu a cassação do mandato do prefeito de Ouro Preto do Oeste, Irandir Oliveira Souza, aliado de Carlão. Tudo bem encadeado, pois a advogada Marilda Leiras Teixeira, ocupava cargo de confiança no gabinete do presidente, Carlão e trabalhava para garantir recursos ao Judiciário. Ela também foi acusada de tráfico de influência. O filho de Teixeira Chaves, que também é juiz, Fred, ajudava o pai nas negociações e chegou a ser " premiado" com uma moto Yamaha, R6; porque ainda estava como juiz substituto, antes de completar dois anos, perdeu o cargo e a aposentadoria.
Em 2006, na Operação, foram presos o desembargador, em pleno exercício do cargo de presidente da Corte, seu juiz-auxiliar, José Jorge Ribeira da Luz, absolvido, em 2010, pelo Tribunal de Justiça de Rondônia; o presidente da Assembleia Legislativa, então deputado Carlão de Oliveira, um Procurador-geral de Justiça, um conselheiro do Tribunal de Contas, o chefe da Casa Civil, Carlos Magno Ramos, além de outras pessoas, acusadas de participação no esquema de desvio de R$ 70 milhões dos cofres públicos. Foi a primeira prisão de um desembargador e presidente de um Tribunal de Justiça, no exercício do cargo, que saiu algemado, conduzido para Brasília. No CNJ estava a então ministra Eliana Calmon, pioneira na investigação e punição a magistrados corruptos, responsáveis pelo descrédito da classe. Aliás, neste espaço, temos mostrado as corrupção à luz do dia, nos tribunais de Justiça.
Logo após a prisão do desembargador, o CNJ julgou para determinar seu afastamento da presidência do Tribunal e, em 2007, o CNJ destituiu-o do cargo, no Tribunal de Justiça do estado. Anos depois, o CNJ aposentou compulsoriamente o desembargador que foi condenado em processo criminal no STJ.
Salvador, 06 de junho de 2021.
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