Agora, apareceu um fato, narrado pela Valor Investe, que, de certa forma, ratifica as afirmações de Calmon, referente aos abusos que se cometem com esta vertente da Justiça.
Um empresa de investimento, Pro Solutti Capital, "gestora de ativos judiciais, descobriu uma fatia de altos rendimentos; ela acaba de fechar parceria com um fundo de direitos creditórios (nome não foi revelado) e está com mais de R$ 100 milhões de reais disponíveis para compra de processos trabalhistas no Brasil". É surpreendente a afirmação, mas é confirmada pelo envolvimento de tanto dinheiro. Como procede a empresa? Ela compra o direito das partes nas Reclamações Trabalhistas, de preferência em processos de pequeno ou médio porte, garante liquidez e passa a responder pela ação até julgamento final. O valor que a empresa já destinou para esse "negócio" é de R$ 120 milhões e o retorno mostra-se compensador, porque situado na faixa de 40%.
A Pro Solutti Capital procede a estudos, empregando a tecnologia que dispõe, visando "analisar os casos na hora de escolher a qual fazer ofertas, com cálculo do percentual de probabilidade de sucesso". A empresa acredita, como grande parte dos juízes trabalhistas, de que todo patrão explora do trabalhador, daí o enfrentamento deste atípico negócio que lhe rende mais do que qualquer outra atividade, em torno de 3%, mas no caso das reclamações, chega a 40%. É evidente que a Pro Solutti torce para que a reforma trabalhista não dê certo e o resultado da lentidão do julgamento favorecerá maiores ganhos para a empresa.
Salvador, 08 de junho de 2021.
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