Soube do passamento, hoje, do meu amigo Vando, através de Getúlio Reis; mandei mensagem para os familiares, mas não me contive, porque estou sendo cortejado para falar algo sobre Vanderlino Neiva de Araújo. Conhecemo-nos nos anos 60, no Educandário Diocesano Sant'Ana, e pouco nos encontramos de lá para cá; mas, incrível, porém verdadeira a afirmação de que a amizade que tinha com esse colega de ginásio prevaleceu através dos tempos. Muito pela admiração que lhe tinha: desinibido e eu inibido, cantor e eu apenas admirador, jogador de futebol e eu chutador. Interessante e intrigante, reencontramos, eu, desembargador, Vando, advogado, já nos anos 2.000. Aliás, nem sabia que meu colega, Vando, ilustrou-se pelas letras jurídicas. Nosso encontro foi um tanto formal, porque visitava Correntina e Santa Maria da Vitória, onde nos defrontamos, na condição de corregedor das Comarcas do Interior da Bahia.
Na minha mente irradiam os momentos que convivemos; lembro-me, por exemplo, de um passeio promovido pelo Monsenhor Felix, no lugar Patos, em Santana, e as brincadeiras e os desembaraços de Vando para cantar, para jogar e para brincar e alegrar a todos. As colegas e os colegas tinham verdadeira adoração por Vando e muitos perguntavam qual o sentido daquela atração exercida por aquele correntinense; rapaz elegante, boa pinta e de bom papo. Vando era um tanto reservado, mas quando entrava no ambiente sua presença cativava a todos. Nesse tempo do Educandário, Vando e outros correntinenses, Nilsão, José Lisboa e outros santamarienses estudavam em Santana, porque o ensino era raro em toda a região; até de Barreiras vinham estudantes para o Educandário.
Recordo de um sobrinho de Vando, quando eu estudava em Salvador, nos anos 60: Lauro, seu sobrinho, e através do qual eu obtinha notícias de Vando. Depois, desloquei-me para o Rio de Janeiro e perdi contato, ao ponto de só encontrar com Vando naquele ano de visita às Comarcas.
Fui desviado de outros trabalhos, neste sábado, para recordar fatos e falar sobre Vando. Creio que não dialogamos muito depois da conclusão do curso ginasial, à época, e a amizade era tão forte que agora, sou instigado para expor alguma recordação de nossos tempos de estudante. Eu sei perfeitamente da admiração que Vando desfrutava, em vida, em Correntina, mas, infelizmente, não acompanhei sua trajetória de advogado. Estou no teclado sem nenhuma anotação, para rememorar essas passagens, que desabrocham com muita facilidade.
E Delinha, de D. Bebela, Vando? Você morou no pensionato da mãe de Delinha, que também era nossa colega! E os irmãos José, Adelson e Antonio Coimbra, de Correntina, que estudaram junto com a gente? Todos eram colegas, mas Vando, induvidosamente, ficou gravado na minha mente e com certeza na memória de tantos amigos que permanecerão sem a companhia de Vando. E os familiares de Vando, como sentem a falta dessa pessoa tão especial!
E Vando se foi! Nem a família de Vando cheguei a conhecer, mas Getúlio recordou: Dona Aldeir, Carol, Lúcia, Cecília e Lauro. Podem crer, fiquei devendo uma aproximação maior com Vando depois que deixamos os bancos escolares de Santana, porque a conversa na visita de correição foi muito formal e ligeira. Isso não aconteceu, porque Vando foi antes do tempo. Mas, Vando, reserve aí nossa vaga e falaremos aquilo que não abordamos em nossas vidas.
Para sua família, Dona Aldeir, Carol, Lúcia, Cecília e Lauro nossos mais sinceros sentimentos e saibam que Vando deixou amigos que vocês nem conheceram. O marido e pai era uma boa pessoa, incomum nos tempos atuais.
Salvador, 31 de julho de 2021.
Antonio Pessoa Cardoso.
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