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Desembargador Guaraci de Campos Vianna |
A morte da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, deixou à mostra muita degradação do ambiente político, mas muito bem encoberta; começaram a aparecer os podres nos meios dos poderes do Rio de Janeiro e aportando em Brasília e em outras camadas sociais. A revista VEJA teve acesso à proposta de colaboração da viúva do ex-capitão Adriano da Nóbrega, miliciano "assassinado", como queima de arquivo, na Bahia, Júlia Mello Lotufo e noticia a corrupção no Tribunal de Justiça fluminense. Ela conta que, em 2017, Adriano buscou R$ 1 milhão para obter a liberdade de um seu amigo, Antônio de Souza Freitas, conhecido por Batoré; o dinheiro seria repassado para o desembargador Guaraci de Campos Vianna para em troca, como plantonista, conceder liberdade ao miliciano. Por antecipação, todos sabiam que a liminar seria revogada, como realmente aconteceu, logo que o relator original assumiu o caso, mas a decisão do desembargador possibilitou a fuga de Batoré, assim que foi liberado. Como parte do pagamento ao magistrado pela concessão do Habeas Corpus a Batoré, Adriano pagou com a entrega de uma Range Rover, além do valor contratado. O desembargador Guaraci de Campos Vianna responde a processo administrativo disciplinar, acusado de conceder liminares, sempre que estava no plantão.
Em 2019, em inspeção de rotina, o CNJ descobriu indícios de violação ao princípio do juiz natural com concessão de liminares, fora das hipóteses legais e regimentais. Abriu processo administrativo disciplinar contra o desembargador Guaraci e contra outros membros do Tribunal, afastou o magistrado, de conformidade com voto do corregedor, ministro Humberto Martins, seguido por todos os membros do CNJ. Assim, o desembargador Guaraci de Campos Vianna, da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, deixou, ainda que provisoriamente, a função e responde a processo administrativo disciplinar, sob acusação de ter concedido seis liminares suspeitas para favorecer acusados, sempre durante plantão. Descobriu-se que o desembargador Guaraci, em duas oportunidades, recebeu de propina no valor de R$ 620 mil para beneficiar partes em três processos judiciais que tramitam na 19ª Câmara Cível.
Salvador, 16 de agosto de 2021.
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