Imagine se um desembargador, na capital de um estado, na condição de sócio de uma faculdade, articulasse um espetáculo, dessa natureza, contando com palestrantes e figuras do mundo político e jurídico! Nem precisa ser realizado fora do país, basta nalguma capital ou até mesmo no interior. Com certeza, essa movimentação do magistrado não seria bem aceita e mereceria representação ao Tribunal de Justiça ou ao CNJ que, certamente, aplicaria alguma punição ao sócio da faculdade, no mínimo de advertência. Mentalize o caso de um juiz, sócio de um estabelecimento de ensino, organizando palestras, envolvendo colegas e gente da área política. Seguramente, o próprio Tribunal de Justiça ou o CNJ encerraria esta atividade que não condiz com o exercício do julgamento de seus munícipes. Mas nada acontece com o ministro, mesmo porque o CNJ não lhe alcança e Mendes continua no exercício de "soltador oficial" do STF.
Ademais, o ministro Gilmar Mendes já foi alvo de processos, de impeachment, de suspeições, porque não afastou do julgamento de amigos, envolvidos em corrupção. É o que aconteceu com o empresário Jacob Barata Filho que contou com o ministro como padrinho do casamento da filha. Pois o ministro em três oportunidades liberou o "rei dos ônibus"; não aceitou as suspeições, por exemplo, no caso do empresário Eike Batista que nunca foi a julgamento. E mais: a mulher de Mendes, Guiomar Feitosa de Albuquerque Lima é sócia do escritório Bermudes Advogados, que defende a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, pertencente a Barata Filho que Mendes liberou da cadeia. O ódio de Mendes contra o procurador Deltan Dallagnol reside nos questionamentos sobre sua isenção para julgar casos da Lava Jato. Mendes sempre devotou verdadeiro embravecimento contra os operadores da Lava Jato, responsáveis pelas condenações contra corruptos, que agora trafegam em avenidas largas. Mendes ainda tem um juiz que busca puni-lo, afastando da magistratura. Trata-se de Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro que desmantelou a corrupção no estado, julgando e punindo criminosos como o ex-governador, Sergio Cabral. Foi também responsável pela prisão do ex-presidente Michel Temer, mas o processo não mais movimentou, pois o STF tem sido o guardador oficial dos processos criminais contra os políticos.
Enfim, não faltam besteiras no FEBEAJU!
Salvador, 16 de novembro de 2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário