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sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

SAIU EM O ANTAGONISTA

A turma da impunidade ganhou

“André Mendonça já demonstrou ser uma pessoa de ocasião, que tem um perfil sabujo", diz jurista, a respeito de novo membro da turma da impunidade

Capa: Daniel Medeiros/Crusoé - Foto: Renato Menezes/AscomAGU e Rosinei Coutinho/SCO/STF

A Segunda Turma do STF, que destruiu a Lava Jato com os votos de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Kássio Nunes, vai ganhar um novo membro – o bolsonarista André Mendonça.

Leia um trecho da reportagem de capa da Crusoé sobre a turma da impunidade: 

“Só neste ano, o colegiado já proferiu decisões anulando sentenças, excluindo provas e arquivando ou suspendendo investigações em favor de mais de uma dezena de políticos graúdos, sem contar empresários que corromperam agentes públicos para tirar vantagem para os seus negócios. A lista inclui, além de Lula, o presidente da Câmara, Arthur Lira, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o ministro Vital do Rêgo, do TCU, o deputado Aécio Neves, o ex-governador fluminense Sérgio Cabral, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima. No mês passado, o senador Flávio Bolsonaro tirou proveito da onda de decisões pró-réus na Segunda Turma e conseguiu anular as principais provas obtidas contra ele no esquema rachid que funcionou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O placar foi 3 a 1 a favor do filho 01 do presidente da República”.

O jurista Walter Maierovitch disse o seguinte para a Crusoé, a respeito do novo membro da turma da impunidade:

“André Mendonça já demonstrou ser uma pessoa de ocasião, que tem um perfil sabujo. Quando Lula estava no poder, ele escreveu um artigo laudatório ao presidente. Quando foi ministro do Bolsonaro, fez uso da Lei de Segurança Nacional para perseguir opositores do governo. Tão logo passou na sabatina do Senado, esteve em um culto evangélico derramando elogios ao pastor Silas Malafaia, que esteve à frente da campanha dele ao Supremo, ao governador do Rio (Claudio Castro) e até ao senador Romário. Ele tem um perfil servil. O próprio lavajatismo dele, quando a Lava Jato estava no seu auge, era de ocasião. Agora, se a gente der um passo atrás, vamos ver que um dos que mais se empenharam para a nomeação dele foi o ministro Gilmar Mendes. A meu ver, ele tem tudo para entrar nessa bancada que Gilmar, o novo decano, montou no Supremo”.

 

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