sábado, 23 de abril de 2022

OS MALES DAS REDES SOCIAIS!

Tratamos aqui, em artigo anterior, em novembro/2020, sobre o livro do escritor francês Michel Desmurget "A Fábrica de Cretinos Digitais"; mostramos que essas telas não visam o bem-estar das pessoas, mas buscam somente o lucro com a atividade, através da venda ilegal aos seus anunciantes do "produto", que é o usuário, conseguindo "mudar o que você faz, o que você pensa, quem você é". Eles rastreiam, através de eficientes algoritmos a vida do usuário, seus gostos e opiniões pessoais, antecipando seus desejos nas redes sociais. Um dos técnicos afirma que a inteligência artificial já domina o homem, através das redes sociais. Naquela oportunidade apresentamos o tempo gasto por crianças e adultos em frente às telas, mas agora mostramos nova pesquisa sobre os males do verdadeiro vício, que são originados do domínio das redes sociais sobre o tempo do homem moderno.

As pessoas admitem a possibilidade de ficar sem seu iphone. No ranking de tempo gasto, o Brasil e a Indonésia despontam na frente dos outros povos. Em média mundial, são quatro horas e 48 minutos por dia de frente do mal do século, denominado de "no mobile fobia"; o Brasil, entretanto, figura com cinco horas e meia de uso diário. Neste quadro preocupante, profissionais da saúde mental iniciam campanha para incluir a nomofobia, medo de ficar sem o celular, no rol dos distúrbios relacionados ao uso de tecnologia no DSMS-5 que é o manual dos diagnósticos e estatísticas de transtornos psicológicos. Há pessoas que, antes mesmo do asseio matinal, buscam acessar às mensagens de WhatsApp e o feed do Instagran. Esse cenário proporciona cenas degradantes, a exemplo das separações provocadas pelo vício incontrolável no celular. Os técnicos avaliam que as dificuldades para afastar ou ao menos diminuir esse apego incontrolável ao iphone mostram-se semelhantes aos dependente de drogas químicas. Com isso, o trabalho, as tarefas domésticas, o descanso são prejudicados. 

A neurocientista da Universidade de Chicago, Cláudia Feitosa Santana, diz que "o celular funciona como um dreno, sugando a a energia cerebral, sem que o indivíduo consiga se concentrar naquilo que realmente faz a diferença em sua vida". O entendimento é de que "os adolescentes e jovens adultos são mais vulneráveis, uma vez que o cérebro ainda está em formação - ele se desenvolve até os 25 anos". Na cronologia do tempo, as pesquisas asseguram que 70% do tempo nos aparelhos são direcionados para as redes sociais, daí o acerto das big techs na agregação de produtos, a exemplo da mobilidade, transmissões ao vivo e postagens instantâneas. As pessoas criaram em suas mentes a indispensabilidade de estarem conectadas, meio pelo qual entendem que estão atualizadas. Grave engano, porque, na atualidade, as fake news tomam conta das redes sociais e o cidadão é viciado e enganado a todo momento, sobre todos os assuntos. Os políticos desembestaram nessa crença de crescimento eleitoral através das redes sociais e o grande exemplo é mostrado pela ascensão de Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil. Enquanto um destacou-se como empresário, deixando uma série de falcatruas, o outro não mereceu visibilidade alguma nos quase trinta anos de mandato de deputado para assumir o cargo de chefe da Nação. Ambos tornaram-se presidentes de seus países, cheios de contradições e posicionamentos incomuns entre seus antecessores; um já foi defenestrado da reeleição e do preparo de um golpe, enquanto o outro tramita no mesmo caminho.  

Salvador, 23 de abril de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
        



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