segunda-feira, 18 de abril de 2022

RÚSSIA X UCRÂNIA E O MUNDO (LXXVII)

RÚSSIA CONCENTRA FORÇAS EM MARIUPOL

As forças russas estão concentradas na região de Mariupol; os ataques são intensos e já alcançam centenas de alvos. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia foram destruídas 16 instalações das Forças Armadas da Ucrânia, nas regiões de Kharhiv, Zaporíjia, Donetsk, Dnipropetrovsk e Mikolaiv. Os carniceiros pretendem assumir o controle total da cidade portuária, daí a importância nos seus planos de agressão; eles prometeram eliminar os soldados que não se renderam até o dia de ontem, o que não aconteceu, e o cenário é de tragédia, com corpos pelas ruas e carros carbonizados. Os ataques de longo alcance atingem também a capital, Kiev e a cidade de Lviv. 

ZELENSKY: "NÃO ACREDITO NO MUNDO"

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em desabafo aos líderes mundiais, declarou ontem, em entrevista à CNN: "Não acredito no mundo, em alguns líderes. Não acreditamos nas palavras. Depois da invasão da Rússia, não acreditamos em nossos vizinhos. Não acreditamos em nada disso. Não apenas acreditamos em coisas pragmáticas e contratadas. Se você é nosso amigo ou parceiro, nos dê armas, nos dê a mão, nos dê apoio, nos dê dinheiro e pare a Rússia, chute a Rússia. Você pode fazer isso se for um amigo. Se você pensa nessa democracia e só nisso neste momento, temos os mesmos pensamentos, se estamos falando de liberdade, não é só porque queremos ter apenas um diálogo sobre liberdade". 

AMIGO DE PUTIN PEDE APOIO RUSSO

Victon Medvedchuk, amigo do presidente Vladimir Putin, preso pela Ucrânia, através de vídeo pede para ser trocado por combatentes e civis ucranianos presos. O bilionário ucraniano estava tentando fugir, deixando a prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, para a região da Transnístria, mas foi capturado pelos forças ucranianas. Medvedchuk era cotado para assumir a presidência da Ucrânia, no caso de vitória russa. Medvedchuk é empresário e foi por muito tempo conselheiro de Putin, nos assuntos relacionados com a Ucrânia. É um dos grandes apoiadores do movimento pró-russo na Crimeia e em Donbass e possui fortuna avaliada em R$ 3 bilhões. O advogado e empresário tem Putin como padrinho de uma de suas filhas e foi deputado da Ucrânia, no final dos anos 1990. Ele controlava três canais de televisão na Ucrânia e foi acusado de espalhar propaganda russa no país.  

RÚSSIA NEGA ACUSAÇÕES

O presidente Vladimir Putin assegurou que as acusações sobre a carnificina promovida pelas tropas russas, em Bucha, constituem "provocação grosseira e cínica". Antes do carniceiro, o Kremlin já tinha qualificado as acusações como "falsificação", apesar das imagens que circularam pelo mundo, mostrando os corpos de civis mortos ou executados, espalhados pela cidade. Segundo as autoridades russas "esta falsificação criminosa foi inventada para justificar a próxima ronda de sanções" contra Moscou. Os carniceiros tiveram a audácia de afirmar que as forças ucranianas executaram civis e transportaram os corpos para fins de encenação.

REINO UNIDO PROÍBE INVESTIMENTOS

O Reino Unido aplicou mais uma sanção à Rússia, no sentido de proibir investimentos britânicos na Rússia, com o "congelamento completo dos ativos" do principal banco russo, com o fim das importações de carvão, ferro, aço e petróleo russo até o final do ano, visando oito empresários, inclusive Mekhelson, que dirige o grupo Novatek. As novas medidas foram anunciadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Também foi punido com congelamento os ativos do Credit Bank of Moscow, totalizando 18 bancos russos sancionados pelo Reino Unido. 

RÚSSIA PROÍBE "NOTÍCIAS FALSAS"

Tramita na Câmara baixa do parlamento russo projeto para proibir "notícias falsas" sobre ações do exército, que procurem desacreditar as Forças Armadas russas. Estará proibida também a divulgação para organizar ou participar de manifestações não autorizadas. Não serão permitida as declarações a favor de sanções contra a Federação Russa. O Ministério Público possui poderes para descredenciar jornalistas das televisões, jornais ou agências de notícias. Os meios de comunicação da Rússia não podem usar as expressões "guerra", "invasão" ou "agressão", mas deverão referir à guerra como "operação militar especial". Agência de notícias, televisões e jornais internacionais suspenderam seus serviços ou pararam de publicar matérias sobre Moscou. Os jornais independentes "Novaya Gazeta", a rádio "Eco de Moscou" e o canal de televisão "Dozhd" já foram fechados pelas autoridades russas. 

Salvador, 18 de abril de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.   



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