Em mais de um século de República, jamais tivemos um presidente tão desqualificado, tão arruaceiro para exercício da mais nobre missão do país, como o atual. Talvez Bolsonaro possa ser comparado, em termos intelectuais, com a medíocre Dilma Rousseff, apesar de esta não ter outros defeitos singulares do atual chefe da Nação. É que não há um dia no qual Bolsonaro não promove algum fuzuê de médio ou grande porte. Investe contra políticos, contra ministros, contra empresários, enfim tumultua a ordem natural de quem devia zelar pelo sossego e pela paz dos brasileiros. Nem Dilma e muito menos Fernando Collor de Melo, apeados do poder, apresentaram-se com tantas violações aos rituais da importante função. Junto a isso, a demagogia barata do atual presidente é mais adequada para alguns políticos do interior que não medem o tamanho da estupidez para se expor como candidato à prefeitura deste ou daquele município. O almoço em mesa imprópria para refeição, o comer pastel em uma padaria qualquer ou uma manga com as mãos expõe o quadro brega do candidato à reeleição.
O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Brasília não por qualidades para dirigir a Nação, mas em virtude de uma série de coincidências. A primeira e mais abrangente situa-se na abominação ao PT, portanto voto contra o PT, seguindo-se de outras singularidades que enganaram a grande maioria do povo brasileiro, a exemplo da facada de Juiz de Fora, que serviu de trampolim para acesso à presidência. Além da incompetência e da baderna que cria no Planalto e em outros ambientes, e de outras excentricidades, soma-se a desatenção ao trabalho e os gastos exagerados com o cartão corporativo da União. Bolsonaro definitivamente não gosta de trabalhar; ele parece está de férias quase semanalmente, porque deixa Brasília ou descuida com a simples presença em cidades castigadas por enchentes, responsáveis por muitas mortes, e a União garante seus passeios, suas motociatas e outras extravagâncias. Afinal, mesmo antes de terminar seu mandato, em apenas três anos, foi o chefe de estado que mais promoveu despesas pessoais, acima de R$ 29 milhões, o que representa 18,8% superior aos seus antecessores.
E o pior é que o presidente, ao invés de preocupar e movimentar-se para amenizar o sofrimento de brasileiros com a crise sanitária, econômica e social atiça com sua conduta e pronunciamentos, parecendo mais um abilolado que brinca com o sofrimento alheio para enobrecer o movimento bestialógico nacional, como diria Stanislaw Ponte Preta. Sobre a pandemia o povo já acostumou com a visualização de um inimigo da cura do vírus, responsável pela morte de mais de 660 mil pessoas; a economia está em frangalhos e os resultados mais dramáticos aparecerão mais adiante; acerca do social, o presidente distrai o povo sem atacar as reais necessidades, consistentes na fome, na educação, na violência e na empregabilidade dos trabalhadores.
Este é o cenário do Brasil atual!
Salvador, 22 de maio de 2022.
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