O Ministério Público da Argentina pediu ontem prisão de 12 anos para a vice-presidente da República da Argentina, Cristina Kirchner, pela prática do crime de corrupção, no período de 2007/2015, quando ela exerceu o cargo de presidente da República e foi acusada de liderar associação ilícita e fraudar o Estado. Os promotores requerem também que Kirchner seja impedida "permanentemente" de exercer cargos públicos e confisco de sua fortuna de mais de 5 bilhões de pesos argentinos. O processo contra a vice-presidente tramita desde 2019. Cristina Kirchner já tinha pedido a desqualificação de um dos promotores e dos juízes Rodrigo Giménz Uriburu e Jorge Giorini, mas o requerimento foi indeferido. A aplicação de eventual pena a Kirchner só acontecerá se a decisão foi ratificada pelo Supremo Tribunal de Justiça do país. Assim, mesmo condenada em primeira instância, Kirchner poderá disputar as eleições presidenciais e legislativas em 2023. São réus neste processo 13 pessoas e a previsão é de que o resultado só acontecerá no final deste ano. Kirchner já se livrou de vários processos, mas ainda restam cinco julgamentos.
As investigações prestam-se para mostrar superfaturamento na concessão de obras públicas na província de Santa Cruz, berço dos Kirchner. A ex-presidente é acusada do desvio de 46 bilhões de pesos em 51 projetos de infraestrutura na província, por meio de concessões públicas ao empresário Lázaro Báez, além de outros. O Ministério Público informa que o patrimônio de Báez cresceu 12.000% entre 2004 e 2015 e o de sua empresa subiu 46.000%.
Como no Brasil, a ex-presidente publicou vídeo nas suas redes sociais, atacando duramente a Suprema Corte do país, afirmando que os ministros escreveram e assinaram uma sentença contra ela. Kirchner conseguiu desvencilhar de alguns processos, mas a lerdeza da Justiça dá-lhe condições até mesmo para pleitear a presidência da República no próximo ano. Sua situação é preocupante, principalmente no que se refere a denominada "causa rodoviária".
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