Na véspera da eleição, em 2018, dissemos: "Amanhã, todos seremos iguais, teremos a mesma força, com o mesmo poder para dirimir, vamos dizer assim, um grande conflito; seja pobre, seja rico, independente da raça, do credo, a manifestação de amanhã de cada brasileiro terá o mesmo peso, o mesmo valor; indicaremos o presidente da República, os senadores, os deputados federais e os deputados estaduais de cada um dos Estados da federação. Quatro anos depois, a situação se repete com algo semelhante ao que se registrou naquele ano de 2018.
E agora, a opção deverá ser entre Lula, antes Haddad do partido de Lula, ou Bolsonaro, agora pleiteando a reeleição. Neste cenário, em quem votar? Nunca se imaginou que a mesma polarização do pleito de 2018 fosse aparecer em 2022. Em artigo aqui no blog, já declaramos que não votaríamos em Lula, porque corrupto e responsável pela maior organização criminosa no país que dilapidou os cofres da Petrobras e de outras estatais. Dizia também que não votaria em Jair Bolsonaro, porque incompetente, mentiroso, responsável pelas mortes de grande parte das mais de 600 mil pessoas que perderam a vida pela Covid-19. Endossei a manifestação do jurista Reale Júnior, classificando Bolsonaro de doente mental. Outro sério reparo na conduta asquerosa de Bolsonaro situa-se na possibilidade concreta de enfrentarmos um golpe e uma ditadura tal qual a de 1964, que ele tanto elogia. Naquela oportunidade, dizíamos que resta aparecer os candidatos da denominada terceira via, alguns deles com maior capacidade para governar o país do que esses dois nomes que enodoam a moral pública e o nome do Brasil, mundo afora.
Estamos a uma semana da eleição e aquela expectativa de um candidato na terceira via não desabrochou, mesmo porque os escores deles não passam de 8% dos votos, contra os mais de 30% de Bolsonaro e mais de 40% de Lula. Mesmo assim Ciro Gomes ou Simone Tebet são dois concorrentes livres dos pecados de Lula e de Bolsonaro. Foi situação constrangedora a que deparamos nesses quatro anos, mas o tombo torna-se maior quando se enfrenta o caminho com a mesma opção de 2018: SE CORRER O BICHO PEGA, SE FICAR O BICHO COME! Se não houver substanciais mudanças na vontade do eleitorado nesses poucos dias, não adianta tergiversar, teremos na presidência da República nos próximos quatro anos Bolsonaro ou Lula, e qualquer um representa grande infortúnio para os brasileiros. Haveremos de selecionar um dos dois nomes, se até lá a terceira via não mostrar condições para enfrentar os males que advirão para o país. Não vale buscar outra alternativa a exemplo de anular o voto ou votar em branco; em qualquer desses cenários, estaremos abrindo o caminho para um ou para o outro dos mais pontuados nas pesquisas.
Em 2018, declaramos que iríamos votar em Jair Bolsonaro depois de analisar o currículo dos dois e constatar que Bolsonaro, até aquele momento, não tinha nenhum processo por corrupção. Hoje, não se tem aquela mesma assertiva, pois o presidente juntamente com seus filhos estão envolvidos em vários crimes e Bolsonaro é acusado de comandar a prática da raspadinha nos três gabinetes, além de vinculações com as milícias do Rio de Janeiro; Bolsonaro responde por inúmeras investigações referentes ao descaso no combate à covid-1, nas acusações desferidas contra o sistema eleitoral, contra o STF e outras investigações. Mas o pior de Bolsonaro é que ele prega golpe e tomou, nesses quase quatro anos, medidas em direção à implantação de uma ditadura no país. Basta ler a matéria publicada ontem no blog: "O NEGÓCIO DO JAIR: A HISTÓRIA PROIBIDA DO CLÃ BOLSONARO".
Salvador, 25 de setembro de 2022.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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