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domingo, 4 de setembro de 2022

JUSTIÇA EM NÚMEROS (I)

O CNJ publicou no dia 1º de setembro relatório denominado de Justiça em Números, na 19ª edição, desta vez por meio da Base de Dados do Poder Judiciário, Datajud, eliminando os sistemas de alimentação manual que prevaleciam anteriormente. No relato, o Judiciário concluiu 26,9 milhões de processos no ano de 2021, implicando em aumento de 11,1%, em relação ao ano anterior. Se resolveu este quantitativo, apareceram 27,7 milhões de novas ações, significando acréscimo de 10,4%. A Justiça Estadual é responsável pela adição de 1 milhão de processos, e na Justiça Federal a ampliação foi de 881,7 mil. O interessante e benéfico é que deste total 97,2% desembarcaram na Justiça em formato eletrônico. O ano terminou com 62 milhões de ações judiciais em andamento. Os números devem ser analisados com o inconveniente de ser o segundo ano da pandemia e, portanto, responsável por situações incomuns.      

O Juízo 100% Digital é operado em 44 dos 90 órgãos do Judiciário, importando em 67,7% das serventias judiciais. Houve migração do papel para a gestão eletrônica dos documentos judiciais, iniciado em 2003, mas só em 2006 apareceu a primeira lei sobre informatização do processo, Lei 11.419/2006, que permitiu a tramitação de processos judiciais pelo meio eletrônico. Esse Juízo não é obrigatório, mas é certo que agiliza a solução das demandas judiciais, face a possibilidade de atos processuais de modo remoto, inclusive audiências e sessões de julgamento. A escolha pelo meio eletrônico é opção da parte demandante, na distribuição do processo, possibilitando à demandada opor-se até a contestação.

Em 2009, foi criado o Processo Judicial Eletrônico, Pje, e o Programa Justiça 4.0 foi importante para favorecer o aumento significativo do índice de digitalização dos acervos processuais. Daí adveio o Balcão Digital que normatiza a videoconferência no atendimento às partes, além do Juízo 100% digital, que oferece ao cidadão a tecnologia para acesso à Justiça sem necessidade da presença física nos fóruns, de conformidade com a Resolução 345/2020.    

Evidente que este cenário contribuiu para melhorar a produtividade dos magistrados, no percentual de 11,6%, no ano de 2021, o que importa em média, 1.588 processos baixados por cada magistrado, ou seja, 6,3 casos resolvidos por cada dia útil do ano. O índice de produtividade dos servidores foi maior, 13,3%, sendo que a carga de trabalho na área judiciária cresceu 6,4%. Acerca das despesas do Judiciário, é confortável saber que foram arrecadados R$ 73,42 bilhões em 2021, ou seja, 71% de toda a despesa do sistema. A Justiça Federal foi quem mais arrecadou, 50% do total recebido pelo Judiciário, sendo que as execuções fiscais representaram R$ 36,4 bilhões, cabendo à Justiça Estadual R$ 8 bilhões.  

Salvador, 4 de setembro de 2022.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados. 






 

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