O que dizer sobre o espalhamento de fraude nas urnas eletrônicas, sem nunca ter apresentado uma única prova de irregularidade. E o pior é que a divulgação da insegurança do sistema eleitoral do Brasil é levado para onde vai o presidente, no exterior, diminuindo a qualificação dos juízes e técnicos que acabaram com o voto impresso, responsável, este sim, por muitas fraudes. Envolveu os militares, que nada entendem de eleição, para fazer apuração paralela da votação. Bolsonaro só aceitou o resultado das urnas do 2 de outubro, porque lhe foi favorável, já que a expectativa era de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno. Mas o irrequieto presidente não sossega e trabalha para denegrir a honra de autoridades. Momentaneamente, desviou suas explosões incontidas contra as pesquisas eleitorais, e passou a a golpear os institutos de pesquisa. Nesta empreitada, Bolsonaro encontrou pessoas de sua estirpe, como o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, condenado por improbidade administrativa, quando presidiu a Assembleia Legislativa de Alagoas.
O presidente direciona seus petardos e propõe investigações contra as empresas especializadas em pesquisas eleitorais. Isso só acontece porque não apareceram prognósticos favoráveis a ele. Os três, Bolsonaro, Ciro e Arthur Lira, ao que tudo indica, prometem punir os institutos de pesquisa e seus responsáveis, porque asseguram que erraram nos números, apurando o que pensam mais de 156 milhões de eleitores. Sabe-se que as pesquisas avaliam a intenção do eleitor naquele momento e a mudança pode acontecer de um dia para outro, considerando que as avaliações foram feitas um, dois dias antes da eleição. Somente neste 2022, no período anterior ao 2 de outubro, foram consumadas mais de mil sondagens, todas registradas na Justiça Eleitoral. No segundo turno, acredita-se que serão realizadas mais de cem pesquisas.
Sabe-se que nem todas as pesquisas são divulgadas e quase todas atendem a pedidos de empresas privadas, a exemplo da rede Globo, Bandeirantes, revistas, como a Veja, jornais como Folha de São Paulo ou o Estado de São Paulo e tantas outras. Portanto, o Poder Público não pode interferir no trabalho solicitado por agentes privados, que compram e pagam a outras empresas que trabalham com essa atividade que não é do agrado do presidente e de seus seguidores. Registre-se que a atuação do Poder Público acontece através do Tribunal Superior Eleitoral e não da Câmara dos Deputados ou da Presidência da República.
Salvador, 6 de outubro de 2022.
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