Bolsonaro xingando o ministro |
Além de deixar dúvidas sobre sua intenção com essa afirmação aos seus seguidores "permanecer na região da seção...", Bolsonaro infringe a lei eleitoral que proíbe "até o final do horário de votação, a aglomeração de pessoas portando vestuário padronizado com bandeiras, broches, dísticos e adesivos, de modo a caracterizar manifestação coletiva, com ou sem uso de veículos". Mas nada disso é estranho nesse desarranjado político, pois sua vida tem sido na direção de criar tumulto, de desrespeitar as autoridades, de violar a Constituição, de, enfim, buscar a autocracia, como regime, para gerir o país.
Na mesma manifestação, Bolsonaro diz que Lula não tem votos, importando em questionamento ao resultado do primeiro turno, quando o ex-presidente obteve 57.259.504 votos, ou seja, 48,43%, enquanto Bolsonaro conseguiu 51.072.345 votos, ou seja, 43,20%. Portanto, no primeiro turno "aquele cara", conquistou 6.187.159 votos a mais que seu ofensor. O presidente, se perder a eleição, vai "aprontar", segundo suas próprias manifestações. Por que Bolsonaro impediu as Forças Armadas de divulgarem o teste de integridade das urnas, quando se sabe que não encontraram nenhuma irregularidade? O problema é que, se publicado o resultado, constatado pelos militares, Bolsonaro ficará sem palanque para rebater os números das urnas, ou para agredir principalmente o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. Interessante é que o arruaceiro presidente não fala sobre a bancada do Senado e da Câmara, que passou a contar com muitos bolsonaristas. É certo que se as urnas não apontarem Bolsonaro com maior votação do que Lula, os xingamentos acontecerão. Não haverá golpe, porque as Forças Armadas não apoiarão eventual tentativa de desrespeito aos números da eleição. O presidente quer continuar no Planalto, porque sabe que sua saída implicará na sua prisão, mais cedo ou mais tarde, porquanto as inúmeras investigações que tramitam na Polícia Federal não lhe recomendam duvidar do seu destino. Não se trata de uma investigação ou de um processo, mas de inúmeros com a gravidade de insurgência contra o regime democrático brasileiro.
Enfim, este é o presidente que temos!
Salvador, 13 de outubro de 2022.
Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.
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