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terça-feira, 8 de novembro de 2022

COP-27 NO EGITO

A cidade de Sharm el-Sheikh, que está recebendo, desde domingo, 6/11, a conferência do clima da ONU, COP-27, é um município balneário e turístico. A cidade é conhecida com a denominação de Sharm e os egípcios e estrangeiros consideram o destino predileto. O que não agrada a muitos é o fato de Sharm ser bastante isolada do resto do país, provocando ao regime autoritário o controle de acesso e a vigilância da população. De Cairo para Sharm são mais de seis horas de ônibus, mas compensa a visita, porque o rio Nilo, bastante poluído é esquecido, as favelas dentro dos cemitérios são inexistentes, como os prédios e os viadutos; impera em Sharm a água cristalina e o guarda-sol.  

Sharm é um destino turístico recente, quase inabitável, face ao calor, mas surgiu com grande importância no século XX, principalmente no período da ocupação israelense, que se deu em 1956, mas só voltou ao controle do Egito, em 1982; importou seu destaque no fato de sua localização, na boca do golfo de Aqaba, que permite ou impede a passagem de navios. Foram construídos hotéis e toda a infraestrutura hoteleira. Em Sharm foram realizadas conferências organizadas em 1999, 2000, 2005 e 2007. Sharm passou por dissabores, a exemplo dos ataques terroristas, responsáveis pela morte de 88 pessoas na cidade. Registrou-se também, em 2015, um desastre com um avião, que decolou da cidade e explodiu no ar, deixando 224 mortos, originado da organização terrorista Estado Islâmico, que assumiu a autoria do atentado. As autoridades, durante o COP-17, promoverão severa fiscalização nos táxis, nas entradas nos hotéis, visando evitar a ação dos extremistas.    

Junto a tudo isso, a situação do Egito é de regime ditatorial, derrubado em 2011, com a Primavera Árabe, mas retornou com um governo autoritário em 2013. A organização desse evento em Sharm, distante da capital, presta-se para possibilitar maiores facilidades para o controle da população. Hussein Baoumi, da Anistia Internacional declarou que a COP27 será o evento mais vigiado da história climática. 

A matéria foi extraída do jornal Folha de São Paulo.


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