O discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi de cobrança, referindo a uma "nova governança global" e relações multilaterais para guerrear contra a crise climática; anunciou o papel de destaque do tema no seu governo. Lula mencionou as promessas não cumpridas pelas nações ricas. O presidente eleito disse que "não há segurança climática para o mundo sem a Amazônia protegida". Afirmou: "Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um governo desastroso em todos os sentidos - no combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com uma pandemia que matou 700 mil brasileiros, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo, e também na devastação do meio ambiente"; adiante: "Se tem uma coisa em que nós precisamos de uma governança global é a questão climática. Temos que ter um fórum multilateral com poder de decisão definitiva para que seja aplicado. Senão o tempo passa, a gente morre e as coisas não são cumpridas nesse mundo". Lula falou que "a produção sem equilíbrio ambiental deve ser considerada uma ação do passado". Disse ainda que "não precisamos desmatar sequer um metro de floresta para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo". Ele anunciou aos governadores presentes que buscará junto à ONU para o Brasil sediar a COP30, em 2025; citou Amazonas e Pará como estados com condições para receber a COP30. O interesse no pronunciamento de Lula foi muito grande e além de lotar com mais de 300 cadeiras na sala Ibis, foi necessária uma sala adicional para acomodar as pessoas e com transmissão.
Além do discurso de Lula no dia de hoje, quarta-feira, o tema foi sobre a biodiversidade. A cúpula climática teve eventos paralelos sobre a proteção dos ecossistemas e dos seres vivos que nele habitam. Um comunicado do G20, publicado durante a reunião que acontece também nesses dias, do grupo em Bali, na Indonésia, foi recebido com muito alívio e diz o seguinte: "Observando as avaliações do IPCC de que o impacto da mudança climática será muito menor com um aumento de temperatura de 1,5ºC em comparação com 2ºC, decidimos prosseguir com os esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC. Isso exigirá ações e comprometimento significativos e eficazes de todos os países". A expectativa no dia de hoje reside na divulgação de rascunho oficial do "texto de capa" da conferência, o que mostrará o progresso das negociações.
Salvador, 16 de novembro de 2022.
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