O presidente da Atix (Associação da Terra Indígena do Xingu), Ianjukula Kaiabi Suiá defende a inclusão no espaço da COP27 para os indígenas, dentro das discussões da Conferência da Onu sobre Mudanças Climática, COP27, no Egito. A liderança indígena assegura que não dá para discutir o papel das florestas no clima sem ouvir quem mora nelas. Ianukula, originado dos povos kaiabi e kisêdjê, diz que a situação para os indígenas piorou nesses últimos quatro anos e há necessidade de combater o avanço de madeireiros e garimpeiros sobre territórios dos indígenas, além da revitalização da Funai, que já foi chamada de "mãe dos índios".
Nesta terça-feira teve início as negociações entre ministros e representantes de quase 200 países, buscando pontos comuns para criação do acordo climático COP27. Um dos principais tópicos para debates situa-se nas perdas e danos, entendido como o financiamento para países em desenvolvimento que tiveram danos causados pelas mudanças climáticas. Outro tema importante refere-se a promessa das nações ricas com US$ 100 bilhões anualmente, em financiamento climático, mas que não foi cumprida. Em 2021, pagaram US$ 83 bilhões e prometeram cumprir o ajuste em 2023. A surpresa na COP27 originou-se da Índia que passou a defender um acordo para eliminar todos os combustíveis fósseis, ao invés de somente o carvão, como foi ajustado na COP26. Foi divulgado um documento que procura a necessidade de manter a meta de evitar o aquecimento global de 1,5%, em relação aos níveis pré-industriais. O presidente da COP26, Alok Sharma, assegurou que "não podemos perder o 1,5%C nesta COP". Também no dia de hoje, comemorado o "dia da Energia", responsável por dois terços das emissões globais de gases do efeito estufa, tratou-se de projetos de petróleo, gás e carvão, mesmo com a advertência dos cientistas de que esses combustíveis fósseis devem permanecer no solo, visando evitar os piores impactos da mudança climática.
Salvador, 15 de novembro de 2022.
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