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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

A DEMOCRACIA CONTINUA DE PÉ!

Nunca a presidência da República foi ocupada por pessoa tão desqualificada como o mandato que se encerrou com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, que escapuliu para o exterior com o objetivo de não passar a faixa, símbolo da troca de comando, para seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva; deixou o país à véspera da posse do atual presidente, questionando o processo eleitoral e plantando uma série de acusações infundadas; outro motivo para justitifcar a ausência de Bolsonaro do Brasil, na posse de seu sucessor, reside no temor, que ele mesmo confessa, de ser preso, tantas as atribulações arquitetadas nesses últimos anos, principalmente com a ameaça de golpe, não consumado porque não encontrou apoio das Forças Armadas. Bolsonaro repete omissão de rito republicano, praticado pelo general João Batista Figueiredo, que se negou a passar a faixa para o presidente José Sarney. 

O despreparo do presidente que não conseguiu a reeleição, é mostrado em vários aspectos e, por último, desde o resultado, em 30 de outubro, quando permaneceu ausente do poder, resultando em apoio aos seus radicais seguidores que promoveram arruaças nas estradas, com bloqueios, ou ajuntamentos nas frentes de quarteis do Exército, em vários estados, reclamando golpe, comandado por Bolsonaro, além do vandalismo no dia da diplomação dos eleitos, com atos terroristas, em Brasília, semeando ódio, pânico e o isolamento político de seus líderes. O mais constrangedor é que os militares e as autoridades não tomaram nenhuma providência e os vândalos celebraram verdadeiros fuzuês pelo Brasil afora. Afinal, se buscar recordações do passado do ex-presidente será constatada sua permanência na Câmara dos Deputados por quase 30 anos e não se registrou nenhum projeto de sua autoria para emoldurar o desempenho efetivo do cargo que ocupava. Daí passou, sem merecimento algum, para a Presidência, fruto de uma série de ocorrências que contribuiram para a obtenção do prêmio que ninguém acreditava ser possível. 

Ninguém reclamava apoio de Bolsonaro ao presidente eleito, mas se buscou respeito à opinião pupular, formulada através da eleição, que possibilita a alternância do poder e o povo escolheu Lula com boas ou más qualidades. A opção importou em apear do poder um deputado de 30 anos no Congresso que pautou toda a sua trajetória política pela pregação de rasgos conta a democracia, como o apoio ao golpe militar de 1964 e a defesa do torturador da ditadura, Carlos Alberto Brilhantes Ustra. Mas o despreparo do presidente não para por aí, pois os quatro anos de seu governo foi de descaso total com a educação, saúde, meio ambiente e a área social, como mostram os indicadores do país no período de 2019 a 2022. Nem se fala sobre "as ondas de doidice e desprezo", inclusive com a falta de financiamento para a área, dispensada pelo governo de Bolsonaro à comunidade científica e às universidades públicas, que ele classificava de antro de comunistas.                

Enfim, o Brasil conseguiu livrar-se de uma erva daninha que destruia aos poucos a democracia!

Salvador, 4 de janeiro de 2023

Antonio Pessoa Cardoso

Pessoa Cardoso Advogados.



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