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domingo, 15 de janeiro de 2023

COLUNA DA SEMANA

Parte dos bolsonaristas, capitaneados pelo hoje senador Hamilton Mourão, defendem anistia ou esquecimento de todos os crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro, nos seus quatro anos de desgoverno do país. Inventam a história de revanche, como se o termo significasse, em conceito distorcido, vingança e não punição a quem cometeu graves crimes, no exercício do cargo de presidente da República. É incrível o gira-gira do mundo político, quando seus líderes posicionam-se pela punição ou pelo esquecimento de erros cometidos por seus eventuais comandantes; a gravidade dessa postura torna-se incompeensível, fundamentalmente pelas investidas do ex-presidente contra o sistema eleitoral ou contra a saúde do brasileiro. Os filhos do capitão partiram para atacar o general, depois que Mourão acusou Bolsonaro de deixar seus liderados e homiziar nos Estados Unidos. Um dos filhos, o mais atrevido, vereador Carlos Bolsonaro, classificou Mourão como um "bosta". 

O general obteve no Rio Grande do Sul uma cadeira no Senado Federal e busca liderar as hostes bolsonaristas que estão perdidas, sem rumo diante da fuga do líder; diante deste quadro, começam a praticar radicalismo doentio, sem respeito aos princípios democráticos, mas com a visão de condenar a escolha democrática do sucessor. Com este objetivo, os bolsonaristas descarregam todo o furor contra ministros do STF, principalmente, o ministro Alexandre de Moraes, sem importar com a quase unanimidade da Corte que condenam os abusos cometidos na linguagem e na ação. Os bolsonaristas derramam todo o ódio que possuem contra os ministros, porque foram e são punidos pelos abusos que cometeram e continuam a praticar ações antidemocráticas, a exemplo da absurda invasão dos prédios dos Três Poderes da República, deixando o rastro de destruição de móveis, de obras de arte, além de outros danos. O general, que se tornou senador, avisa que buscará impeachment de ministros, declarando que Moraes tem de ser "freado". 

Mourão, nos primeiros passos, depois de eleito, parece querer ocupar a liderança que Bolsonao nunca teve, salvo, quano exercia a presidência da República, mais pelo cargo do que pelo comando. Com efeito, o ex-presidente passou quase 30 anos no Congresso e nunca conseguiu qualquer ação de líder. Os destaques do então deputado era discursar para apoiar a ditadura de 1964 ou defender as prisões e os torturadores daquele movimento. Era um deputado apagado que a obra do destino possibilitou sua ascensão à Chefia da República. O concorrente de Mourão, nessa disputa pelo comando, parece ser Pazuello, outro general que obteve mandato de deputado federal pelo Rio de Janeiro, mas que não aparenta aptidão para enfrentar e conquistar a chefia dos radicais. Aliás, o passado de Pazuello não recomenda boa aceitação em qualquer ambiente, porque responsável maior pelos desmandos no Ministério da Saúde, exatamente no período que mais se necessitava de um competente líder na saúde do povo, face às vidas que se foram por incompetência na pasta. 

Enfim, seja Mourão, seja Pazuello, ambos originados do Exército, não possuem condições para exercer a liderança de um grupo de radicais, envolvidos com luta antidemocrática.   

Guarajuba/Camaçari, 15 de janeiro de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

 

 


 

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