O ex-presidente Jair Bolsonaro gastou R$ 126,3 no cartão corporativo da Presidência somente em hospedagem em quartéis, alojamentos e hotéis de trânsito do Exército e Aeronáutica, nos quatro anos de seu governo. O gasto total com hospedagem importou em R$ 13,6 milhões, segundo planilhas de gastos dos cartões corporativos. Nas redes sociais, Bolsonaro dizia que preferia hospedar em alojamentos militares para reduzir custos; declarou aos seus apoiadores: "preço da diária aqui: zero. É o gabinete do comando do batalhão. (...) Quase toda a segurança dorme comigo no quartel, custo quase zero. Estamos fazendo nossa parte aí". Em vídeo, no qual mostra as instalações de um Hotel de Trânsito de Oficiais da Academia Militar dos Agulhas Negras, em Resende/RJ, disse: "Eles reclamam, né? Isso aqui é pago com cartão corporativo. Preço do pernoite aqui: R$ 90". A mensagem do ex-presidente mentiu, não reflete a realidade dos dados do cartão que apontam pagamento, naquela oportunidade, de R$ 1.105.
A deputada federal Sâmia Bomfim ingressou no Ministério Público Federal e no Tribunal de Contas da União, reclamando investigação do uso do cartão corporativo do governo federal; ela menciona despesas duplicadas e gastos suspeitos. Na petição, escreve Sâmia: "Saltam aos olhos despesas acima dos valores de referência autorizados pela legislação, de natureza não eventual, absurdamente exageradas e patentemente duvidosas quanto à sua regularidade, havendo fortes indícios de desvio de finalidade e de malversação do patrimônio público". A deputada menciona pagamento de R$ 109.266,00 a um restaurante na cidade de Boa Vista, em 26/10/2021, "incapaz de atender a uma demanda correspondente ao alto valor pago".
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