A terra indígena yanomami, localizada entre os Estados de Roraima e Amazonas, é a maior reserva indígena do Brasil, onde habitam oito povos, possuindo em torno de 26.7 mil habitantes em área de 9,6 milhões de hectares. Desde 1992, decreto, assinado pelo ex-presidente Fernando Collor, reconheceu a área como dos Yanomami. Os indígenas são ameaçados pelos garimpeiros, pescadores, caçadores e pelos fazendeiros, mas a preocupação maior reside no garimpo, porque na região é encontrado ouro e outros minérios. O Atlas da Violência 2021, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA, aponta Roraima, onde estão os yanomami, como local de alta taxa de violência letal contra os indígenas.
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
"PIOR SITUAÇÃO HUMANITÁRIA QUE JÁ VI"
A afirmação de "pior situação humanitária que já vi", originou-se do médico tropicalista André Siqueira, do Instituto Nacional de Infectologia da Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, acerca do cenário que visualizou nas terras yanomami, quando atendia os índios em Roraima. Apontou casos de desnutrição e malária, que causaram a decretação de emergência em saúde pública, pelo Ministério da Saúde, no território. Siqueira foi enviado às terras Yanomami pela Organização Pan-Americana de Saúde, OPAS, e visitou o polo base de Surucucu, em Roraima, além de passar por outras comunidades. Em entrevista, declarou o médico: "Nosso objetivo era fazer um diagnóstico rápido da situação e criar um plano de ação para mitigar ou resolver essas questões, em parceria com o Ministério da Saúde e as lideranças yanomami". Prosseguiu: "O que vimos foi uma situação muito precária em termos de saúde, com pacientes acometidos por desnutrição grave, infecções respiratórias, muitos casos de malária e doenças diarreicas. Junto a isso, uma escassez de equipes e de estrutura". O infectologista classificou a conjuntura de "catastrófica" e "desastrosa". O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na região com ministros e secretários, no sábado, e disse ser "desumana" a vida dos indígenas. O Ministério da Saúde já anunciou ações para controlar a crise, a exemplo de um hospital de campanha e o envio de insumos e profissionais de sáude. O cálculo do governo é de que morreram 570 crianças nos últimos quatro anos. No Ministério da Justiça e Segurança Pública foi aberto inquérito para "apurar o crime de genocídio".
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