Um grupo de 79 procuradores dirigiram, em representação criminal, ao Procurador-geral da República, Augusto Aras, requerendo abertura de inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, pela prática de incitação ao crime e clima de animosidade entre membros das Forças Armadas. O caso poderá tramitar na primeira instância, vez que Bolsonaro perdeu a prerrogativa de foro quando exercicia a função de presidente da República. Dizem os procuradores que "o Brasil, nos últimos anos, tem sido palco de disseminação e desinformação em larga escala que, embora sem base alguma nos fatos, tem reverberado, em meios diversos e com impulso da internet, passando a ser acolhida por um enorme contingente de pessoas". Ainda escrevem que foram promovidas "campanhas de desinformação", gerando uma "desordem informacional", com danos "em numerosas frentes", a exemplo da Covid-19.
O documento diz mais: "Após o resultado das eleições de 2022, milhares de pessoas, apoiadas em um grande volume de desinformação sobre a confiabilidade do processo eleitoral, bloquearam vias terrestres país afora, em atos que incluíram o apedrejamento de veículos que nelas transitavam, a concentração de armamentos nesses locais, e até acidentes, alguns fatais". Prosseguem: "Afinal, a posição de proeminência de Bolsonaro sobre uma porção expressiva da população (até decorrente do cargo que até outro dia exercia) confere as palavras um peso fundamental de endosso às campanhas de desinformação que, por sua vez, nesse momento em que vivemos, movem atos antidemocráticos graves e violentos".
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