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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

DESCOBERTA MAIS UMA TENTATIVA DE GOLPE DE BOLSONARO!

Em reportagem de capa desta semana, a revista VEJA noticia que o senador Marcos do Val do Podemos/ES, eleito em 2018 para mandato até 2027, em entrevista, revelou operação golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro, consistente em pedido ao parlamentar para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em busca de motivo a fim de conseguir anular as eleições, prender o magistrado e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em reunião, preparada com muita cautela pelo ex-deputado Daniel Silveira, ajustou-se, entre os três, até conversas por códigos. Silveira instruiu o senador, através de áudio, de como chegar discretamente ao Palácio da Alvorada, para o encontro, sem ser visto. Explicou Silveira: "Vou te mandar a minha localização, mas tu não entra não, no Alvorada. E nem chega perto da entrada. Tu não vai aparecer. Tu vai parar o carro no estacionamento que eu vou te mandar a localização. Eu vou estar ali. O carro vai vir buscar a gente".  

Em 9 de dezembro, depois de silêncio surpreenente de Bolsonaro, após a derrota, ele apareceu no cercadinho do Palácio da Alvorada, com manifestação para seus apoiadores, discurso sem o menor sentido; após essa conversa, na tarde do mesmo dia, deu-se a reunião arquitetada, onde ocorreu o encontro dos três e foi narrado para o senador Marcos do Val o plano para anular as eleições. A reunião durou em torno de 40 minutos e do Val, amigo de Moraes, ficou com a incumbência de marcar audiência com o ministro para gravar conversas, objetivando algo que comprometesse a lisura do presidente do TSE no comando das eleições e estopim para criar confusão institucional. Somente os três tinham conhecimento desse propósito traçado naquela conversação. O senador ainda quis saber de detalhes da operação e Bolsonaro afirmou que já tinha acertado com o Gabinete de Segurança Institucional e com a Agência Brasileira de Inteligência, responsáveis pelo suporte técnico e pelo fornecimento dos equipamentos de espionagem. Daí em diante, apenas cinco pessoas teriam conhecimento do plano.  

O senador foi escolhido para a missão porque conhecia Moraes há mais de dez anos e portanto com condições de "salvar o Brasil". Do Val pediu tempo para pensar. No dia seguinte, Silveira enviou várias mensagens cobrando resposta e assegurando que a missão era segura e somente os três tinham conhecimento do propósito; depois de tudo ajustado mais dois militares iriam saber de todo o estratagema; ainda afirmou que nem o filho, Flávio Bolsonaro, sabia da estratégia traçada.  

Posteriormente, o senador, agendou interlocução pessoal com Moraes, como atesta mensagem do dia 12/12; no encontro, o parlamentar relatou a "ação esdrúxula, imoral e até criminal" do PR, que era o presidente, e do DS, que era o Daniel Silveira. A participação direta de Bolsonaro no plano situa-se em algumas mensagens que a revista VEJA teve acesso. Silveira começou a preocupar-se com o silêncio do senador e pediu sigilo absoluto sobre o que se passou. A conversa do senador com o ministro aconteceu no dia 14 de dezembro, no salão branco do prédio e demorou poucos minutos. Marcos do Val narrou detalhes da conversa para o golpe. A resposta de Moraes foi: "Não acredito!". Somente na noite, depois do encontro com Moraes, do Val respondeu a Silveira: "Irmão, vou declinar da missão" e o deputado respondeu: "Entendo, obrigado".

O deputado Marcos do Val narrou tudo e resolveu contar, dizendo-se assombrado com o que ouviu do então presidente da República.   

Salvador, 2 de fevereiro de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.

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