segunda-feira, 20 de março de 2023

FATOS COMPROMETEM JUIZ E FILHO

Karine Campos, conhecida por "rainha do pó", maior exportadora de cocaína, foi condenada a 17 anos de prisão pela Justiça Federal de São Paulo, em 2020. Ela está foragida desde 2021, quando o STJ substituiu sua pena por prisão domiciliar, face a existência de dois filhos menores, que precisavam da presença da mãe. Karine é financiadora de propina de R$ 3,5 milhões ao juiz federal Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1° Região em troca da liberdade de um traficante. Karine foi investigada por policiais federais em várias oportunidades, em operações como a Maia, Twister e Alba Vírus, contra o tráfico de entorpecentes, nos anos de 2011 e 2014, na Bahia e no Porto de Santos/SP. Em uma sentença, na Operação Alba Vírus, o juiz fala em arrecadação de quase R$ 1 bilhão com drogas. Nessa Operação, a Polícia constatou que a "rainha do pó" usava documentos falsos e servia-se de muitas pessoas como laranjas em empresas, imóveis urbanos e veículos. 

A Polícia descobriu grande patrimônio de Karine, consistente em fazenda, veículos de luxo, joias, além de outros bens e conseguiu apreender R$ 1,7 em joias, encontradas em uma casa, além de deparar com um registro de uma fazenda adquirida por R$ 12 milhões em Mato Grosso do Sul. Na sentença condenatória de Karine, está escrito: "Importa destacar que, pelas informações obtidas, os contêineres contaminados com a cocaína não eram embarcados somente pelo porto de Santos (SP), mas também por Navegantes, (SC), Paranaguá (PR) e possivelmente outros, inclusive no Nordeste. Deste modo, é possível concluir que a organização criminosa possuía galpões em mais de um Estado da Federação". Com a liberdade obtida em agosto/2021, Karine voltou em 2022, na apuração da compra de sentença no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A Polícia acredita que Karine está foragida na Bolívia ou no Paraguai.     

Os investigadores da Polícia Federal pediram a prisão do juiz federal, mas a ministra Laurita Vaz, do STJ, negou o pedido. Em decisão do STJ, autorizando busca em endereços do juiz federal está escrito: "Foi identificado na investigação sujeito conhecido como "Negão", alcunha de Davidson Soares, braço direito a serviço da "Patroa" ou "Madrinha" ou "Mãe" ou "Esmeralda", codinomes de Karine Campos, mulher referida como a maior traficante do país, mas sediada na Bolívia ou Paraguai, pessoa quem liberaria o dinheiro necessário para o pagamento de propina no valor de R$ 5 milhões para obtenção da soltura de Leonardo Nobre".   

Habeas corpus com julgamento marcado para 7 de março/2022 foi retirada da pauta do TRF-1, quando o juiz Cândido estava de férias. A prisão de Leonardo Nobre foi substituída por monitoramento eletrônico, no dia 19 do mesmo mês com base em voto do juiz Cândido Ribeiro. Nas investigações que continuaram, a Polícia Federal noticiou planejamento de reunião entre o traficante liberado, sua irmã e o filho do juiz, Ravik. A Polícia Federal diz que o encontro aconteceu 19 dias depois da decisão favorável a Leonardo.         




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