Lula denotou claramente sua congratulação aos russos, únicos responsáveis pela guerra com agressão aos ucranianos. O presidente, em nenhum momento, atribuiu qualquer culpa a Putin pelo conflito, causando as mortes de jovens russos, levados na força para a guerra, e ucranianos numa luta sem sentido, salvo a busca do carniceiro russo por mais terras, aumentando a área territorial da Rússia. O melhor que o presidente brasileiro pode fazer, para inclusive ajudar na paz, é fechar a boca, pois se suas declarações tiveram algum efeito foi o de apadrinhar para o incentivo das tropas russas na violência contra os ucranianos. Lula não tem a mínima condição de interferir no conflito como apaziguador, porquanto seus pronunciamentos sempre foram de apoio aos russos. É sensata, é justa a fala do presidente brasileiro, reclamando que "Zelenski não pode querer tudo"?
O presidente brasileiro disse que "o Brasil está disposto" para negociar a paz na Ucrânia. A pregação de Lula agrada a Putin, mas não tem credibilidade alguma nem possui qualquer isenção para tomar iniciativa de acomodar os beligerantes. Os Estados Unidos, a Europa, a Ucrânia e o mundo, afora Rússia, China e Belarus, estão decepcionadas com as inoportunas exposições de Lula sobre a guerra. Muitos amigos de Lula, em outros momentos, já disseram, da indispensabilidade de alguém aproximar-se do petista para pedir-lhe discrição, melhor contribuição para obter a paz na Ucrânia. Será que Lula não sabe que o Itamaraty votou na ONU, exigindo a retirada imediata das forças invasoras e o respeito à integridade territorial ucraniana? Lula não sabe que antes dessa invasão, a Rússia anexou a Crimeia, reconhecida internacionalmente como território ucraniano? Como propor um cessar fogo sem a retirada dos invasores do território do país invadido? Será que o princípio da soberania nacional implica em exigir da Ucrânia a entrega de seu território para a Rússia?
Só há um meio para acabar com a guerra e isso consiste no abandono da invasão promovida pelas tropas russas. Se o carniceiro parar com a invasão e devolver as áreas anexadas a guerra acaba. Evidente que a Ucrânia não pode interromper na defesa, porquanto é um país invadido e a suspensão de sua defesa importa em ceder toda a sua área territorial para a Rússia. Mas Lula não parou por aí, pois nos Emirados Árabes Unidos, no dia de hoje, domingo, repetiu as besteiras de ontem, com sua infeliz pregação de que Estados Unidos e União Europeia incentivam a guerra. O presidente parece que está endiabrado, pois toma a China como seu ninho natural, quando afirma que ninguém vai impedir a aproximação de Brasil e China, como se houvesse qualquer movimento neste sentido. Lula, na sua fúria contra os americanos, berrou contra a hegemonia do dólar. Interessante e incompreensível é que, em fevereiro, Lula esteve nos Estados Unidos, mas não se amparou do solo americano, para tecer críticas aos russos e aos chineses, bem diferente da verborragia utilizada no solo chinês.
Enfim, Lula desmerece o voto do Itamaraty no sentido de exigir a retirada das tropas russas do território ucraniano, e presta-se somente para obter as palmas do Kremlin e de Xi Jinping. Os democratas não querem a guerra, tabuleiro preferido dos aristocratas.
Salvador, 16 de abril de 2023.
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