domingo, 16 de abril de 2023

LULA NÃO TEM CREDENCIAL PARA NEGOCIAR PAZ NA UCRÂNIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enodoou seu périplo pela China com declarações inconsistentes e mentirosas sobre a guerra entre russos e ucranianos. O posicionamento de Lula presta mais para agradar aos chineses e aos russos, com os quais alinhou relações diplomáticas e econômicas, do que para contribuir para a paz. A manifestação dele serviu também para expressar oposição ao governo dos Estados Unidos e dos países europeus, quando jogou a culpa da guerra nos ombros dos Estados Unidos, ao afirmar para que os americanos "parem de incentivar" a guerra. Será que Lula não percebe que a guerra só existe porque Vladimir Putin quer abocanhar terras da Ucrânia, como já fez com a Crimeia? Não se vislumbra o raciocínio de Lula para encontrar motivação de culpa de Biden pelo conflito. Há um único país ao qual se pode atribuir pelo desastre na Ucrânia, arrasando vidas e seu solo e este é a Rússia. Em Pequim, o presidente declarou: "É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para a gente poder converter o Putin e o Zelensky de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando por enquanto aos dois".  

Lula denotou claramente sua congratulação aos russos, únicos responsáveis pela guerra com agressão aos ucranianos. O presidente, em nenhum momento, atribuiu qualquer culpa a Putin pelo conflito, causando as mortes de jovens russos, levados na força para a guerra, e ucranianos numa luta sem sentido, salvo a busca do carniceiro russo por mais terras, aumentando a área territorial da Rússia. O melhor que o presidente brasileiro pode fazer, para inclusive ajudar na paz, é fechar a boca, pois se suas declarações tiveram algum efeito foi o de apadrinhar para o incentivo das tropas russas na violência contra os ucranianos. Lula não tem a mínima condição de interferir no conflito como apaziguador, porquanto seus pronunciamentos sempre foram de apoio aos russos. É sensata, é justa a fala do presidente brasileiro, reclamando que "Zelenski não pode querer tudo"? 

O presidente brasileiro disse que "o Brasil está disposto" para negociar a paz na Ucrânia. A pregação de Lula agrada a Putin, mas não tem credibilidade alguma nem possui qualquer isenção para tomar iniciativa de acomodar os beligerantes. Os Estados Unidos, a Europa, a Ucrânia e o mundo, afora Rússia, China e Belarus, estão decepcionadas com as inoportunas exposições de Lula sobre a guerra. Muitos amigos de Lula, em outros momentos, já disseram, da indispensabilidade de alguém aproximar-se do petista para pedir-lhe discrição, melhor contribuição para obter a paz na Ucrânia. Será que Lula não sabe que o Itamaraty votou na ONU, exigindo a retirada imediata das forças invasoras e o respeito à integridade territorial ucraniana? Lula não sabe que antes dessa invasão, a Rússia anexou a Crimeia, reconhecida internacionalmente como território ucraniano? Como propor um cessar fogo sem a retirada dos invasores do território do país invadido? Será que o princípio da soberania nacional implica em exigir da Ucrânia a entrega de seu território para a Rússia? 

Só há um meio para acabar com a guerra e isso consiste no abandono da invasão promovida pelas tropas russas. Se o carniceiro parar com a invasão e devolver as áreas anexadas a guerra acaba. Evidente que a Ucrânia não pode interromper na defesa, porquanto é um país invadido e a suspensão de sua defesa importa em ceder toda a sua área territorial para a Rússia. Mas Lula não parou por aí, pois nos Emirados Árabes Unidos, no dia de hoje, domingo, repetiu as besteiras de ontem, com sua infeliz pregação de que Estados Unidos e União Europeia incentivam a guerra. O presidente parece que está endiabrado, pois toma a China como seu ninho natural, quando afirma que ninguém vai impedir a aproximação de Brasil e China, como se houvesse qualquer movimento neste sentido. Lula, na sua fúria contra os americanos, berrou contra a hegemonia do dólar. Interessante e incompreensível é que, em fevereiro, Lula esteve nos Estados Unidos, mas não se amparou do solo americano, para tecer críticas aos russos e aos chineses, bem diferente da verborragia utilizada no solo chinês.    

Enfim, Lula desmerece o voto do Itamaraty no sentido de exigir a retirada das tropas russas do território ucraniano, e presta-se somente para obter as palmas do Kremlin e de Xi Jinping. Os democratas não querem a guerra, tabuleiro preferido dos aristocratas.

Salvador, 16 de abril de 2023.

Antonio Pessoa Cardoso
Pessoa Cardoso Advogados.      

 



 



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